(Reuters) - A tenista Naomi Osaka interrompeu uma entrevista coletiva em Cincinnati, nos Estados Unidos, aos prantos, e sua relação com a mídia foi colocada em questionamento por um jornalista que a acusou de usar a imprensa quando lhe convém.
Recentemente, Osaka tem tido uma relação tensa com alguns setores da imprensa, dizendo que sua saúde mental sofre impactos adversos por conta de algumas linhas de questionamento.
Por isso, nesta segunda-feira, quando um jornalista local de Cincinnatti sugeriu que Osaka se beneficia de sua grande exposição na mídia, mas não gosta de falar com jornalistas, a número dois do mundo caiu em lágrimas ao tentar formular uma resposta.
"Quando você diz que eu não morro de amores por vocês, a quê isso se refere?", perguntou Osaka, que é de descendência japonesa-haitiana.
"Desde que sou mais jovem, sempre houve muito interesse da imprensa em mim, e acredito que seja por conta da minha origem também", disse a tenista, que está em Cincinnati para disputar um torneio nesta semana.
"Eu não posso fazer muita coisa se há coisas que eu publico ou algumas coisas que eu digo que geram um monte de artigos de notícias, ou coisas assim... mas eu também diria que não tenho muita certeza como equilibrar as duas coisas. Eu estou tentando desvendar isso ao mesmo tempo em que vocês, eu diria".
Durante a resposta, a tenista enxugou algumas lágrimas e abaixou sua viseira em cima dos olhos para esconder o rosto antes do moderador pedir uma pausa na sessão.
Osaka deixou a sala rapidamente, mas voltou para completar a entrevista coletiva após se recompor. O episódio ressalta os desafios enfrentados por Osaka como uma das atletas mais famosas do planeta.
Antes do Aberto da França deste ano, Osaka disse que iria boicotar as entrevistas coletivas obrigatórias pós-jogos para proteger sua saúde mental. A decisão provocou uma repercussão dos organizadores do torneio, que a multaram e ameaçaram bani-la caso ela se recusasse a falar com a imprensa.
O impasse não apenas levou à revelação de Osaka de que havia lutado contra a depressão por vários anos, mas também provocou à sua desistência das edições dos torneios de Roland Garros e Wimbledon na temporada.
(Reportagem de Rory Carroll em Los Angeles; reportagem adicional de Amy Tennery)