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Vale (VALE3): Custos de produção apontados no balanço chamam atenção de analistas

Publicado 27.04.2023, 12:05
© Reuters
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Investing.com – Além da perda de força dos preços do minério de ferro, analistas demonstraram surpresa com os custos de produção da Vale (BVMF:VALE3), apontados em balanço referente ao primeiro trimestre deste ano. A Vale ainda anunciou hoje a nomeação de Mark Cutifani, que será o presidente do recém-formado Conselho de Administração do negócio de metais básicos.

Após iniciarem o dia em queda, os papéis subiam ao final da manhã, com alta de 0,56%, a R$70,67 às 12h04 (de Brasília).

A Vale reportou uma diminuição no lucro, impactado por vendas e preços do minério de ferro menores, em contraponto aos custos mais elevados. O lucro líquido atribuível aos acionistas foi de US$1,837 bilhão, contra US$4,456 bilhões entre janeiro e março do ano passado e US$3,724 bilhões no quarto trimestre de 2022. Já o Ebitda ajustado das operações continuadas totalizou US$3,7 bilhões, US$2,7 bilhão inferior na comparação com o 1T22.

Segundo a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), os custos de produção mais altos resultaram em Ebitda 12% mais fraco do que o esperado pela companhia e 7% inferior ao consenso. Conforme o analista Guilherme Nippes, a dinâmica de custos acende um alerta sobre o desempenho no futuro, ressaltando ainda o aumento dos gastos das operações de níquel. A XP mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$97,10.

O Santander (BVMF:SANB11) também considerou o Ebitda abaixo do esperado devido aos volumes e preços fracos, fatores que foram elencados como destaques negativos. De acordo com os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, enquanto o custo caixa ficou em linha com as expectativas, o breakeven para minério de ferro e pelotas aumentou.  Por outro lado, a Vale apresentou um fluxo de caixa sólido. O Santander possui classificação outperform para as ações, com preço-alvo de US$19 para as ADRs negociadas nos Estados Unidos. No entanto, diz preferir exposição a cobre em relação ao minério de ferro.

O Itaú BBA avaliou o balanço negativo, principalmente no desempenho de custos. O Ebitda esteve em linha com as estimativas do banco, que ressaltou o fluxo de caixa como sólido diante de menores necessidades de capital de giro, enquanto a dívida líquida subiu de US$14,1 para US$14,4 bilhões. Entre os pontos de atenção, está a “deterioração sequencial dos resultados na divisão de ferrosos, uma vez que a melhor realização dos preços do minério de ferro foi compensada por menores volumes e um maior custo de entrega na China”, apontam os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza e Marcelo Furlan Palhares. As ações da Vale são consideradas outperform pelo Itaú BBA, com preço-alvo de US$18.

Na visão da Ativa Investimentos, os custos frustraram as expectativas e seguem afetando o segmento de siderurgia, enquanto o de transição de energética mostra fraqueza da operação de cobre e níquel. Para a Ativa, os indicadores vieram abaixo do esperado, com perspectiva de que os preços do minério de ferro sigam sem força.

A Ativa afirmou que esperava receitas mais fracas com vendas menores e preços mais baixos do minério de ferro, além de pior mix de produtos, mas disse estar surpreendida negativamente pela dinâmica de custos pela realização de one-offs visando a manutenção de plantas. O lucro líquido também decepcionou, de acordo com o analista Ilan Arbetman. “Ainda que tenha registrado um positivo fluxo de caixa livre em função de uma rubrica de capital de giro positiva, entendemos que o mercado recepcionará os resultados de forma negativa se indagando sobre a dinâmica de custos nos próximos trimestres”, acredita. A Ativa possui recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$92.

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