Investing.com - Analistas avaliaram os resultados reportados pela Weg (BVMF:WEGE3) como uma surpresa positiva, com destaque para o reforço de caixa mesmo diante de um capex robusto. A fabricante de motores elétricos teve um lucro líquido de R$1,19 bilhão no quarto trimestre do ano passado, alta de 36,5% em relação ao mesmo período de 2021.
Às 12h (de Brasília) desta quarta-feira, 15, as ações da Weg subiam 1,02%, a R$38,75.
Somente no 4T22, foram investidos R$ 431 milhões em modernização e expansão de capacidade produtiva, máquinas e equipamentos e licenças de uso de softwares.
Para a Weg, a estratégia de verticalização, diversificação de produtos e presença global foi importante para os resultados. “Mitigando impactos trazidos pelas incertezas do cenário global. Importante destacar que o processo de normalização da cadeia de suprimentos, em conjunto com nossos esforços para controles de custos e eficiência operacional, foram fatores importantes para as margens saudáveis obtidas neste trimestre, assim como a manutenção do retorno sobre o capital investido em nível atrativo”, apontou a empresa catarinense em release de resultados.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Santander (BVMF:SANB11) avaliou os resultados como fortes, com EBITDA 4% acima das projeções do banco e do consenso em 9%. O lucro líquido ficou em linha com as expectativas, no entanto.
Segundo os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem, a margem EBITDA foi surpresa positiva, com ganhos de eficiência e uma maior normalização da cadeia de suprimentos. O banco aponta que a posição de caixa líquido da empresa aumentou, mesmo diante de um forte capex realizado. O Santander possui recomendação neutra para as ações da Weg, com preço-alvo de R$43.
Para a Empiricus, os resultados da Weg vieram acima da expectativa, com receita líquida de R$ 8 bilhões, alta de 22% ante o 4T21, que teria sido fruto do bom desempenho de suas operações no mercado interno, com elevação de 32%, e no externo, que subiu 21%. O mercado interno passou a representar 48% do faturamento da Weg.
“A companhia tem surfado um bom momento também no mercado externo, com a atividade industrial aquecida nos EUA e bom desempenho na Europa, apesar das incertezas presentes no cenário político-econômico da região”, acredita Fernando Ferrer, analista da Empiricus.
No Brasil, a Empiricus elenca que os segmentos de maior destaque foram o de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) e de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI), com altas de 45% e 27%, respectivamente. “O bom desempenho foi fruto do aumento na demanda pela geração distribuída solar, pelas entregas ligadas ao segmento de transmissão de energia e pela boa demanda do agronegócio, papel & celulose e mineração, tal qual reportado ao longo dos últimos dois trimestres”, completa Ferrer.
A Empiricus também apontou como ponto positivo a forte geração de caixa mesmo com investimentos realizados, chegando a uma posição de caixa de R$ 4,5 bilhões, o que implicaria um caixa líquido de R$ 1,4 bilhão. Ainda que não considere o valuation barato, a Empiricus segue construtiva com a posição da companhia.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, assessoria da XP (BVMF:XPBR31), também avalia os resultados como uma surpresa positiva, com um lucro líquido de R$ 4,2 bilhões em 2022, alta de 17,3% se comparado a 2021.
“O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa somou R$ 5,6 bilhões em 2022, o que representa um avanço de 20,1% em relação ao ano de 2021. A margem Ebitda ficou em 18,8%, 1,1 ponto percentual abaixo do que foi registrado no ano anterior. Os números foram além das estimativas”, detalha. Assim, a área de análise da XP reitera a recomendação de compra, devido à exposição à moeda estrangeira e perfil inovador, sendo uma alternativa defensiva em meio às incertezas domésticas, com um preço-alvo de R$50.