Investing.com – Acomodação de custos e melhoria nas margens operacionais foram pontos elogiados por analistas após a divulgação do balanço da Weg (BVMF:WEGE3), que reportou no primeiro trimestre um lucro líquido de R$1,3 bilhão, alta trimestral de 9,5% e anual de 38,4%.
Os dados apontam Ebitda de R$1,689 bilhão, 37% acima na base anual e 8,3% na trimestral, margem Ebitda de 21,9%, acréscimo de 3,8 pontos percentuais frente ao período de janeiro a março do ano passado e 2,4 pontos ao último trimestre do ano passado. A receita operacional líquida chegou a R$7,686 bilhões, um ganho de 12,7% frente ao 1T22, mas recuo de 3,6% na comparação com o quarto trimestre do mesmo ano.
Às 14h34 (de Brasília), as ações da Weg apresentavam queda de 0,40%, a R$40,38.
Segundo a Weg, no mercado interno, a receita foi impulsionada por uma boa demanda dos produtos industriais, como óleo e gás, papel e celulose e mineração, com destaque para motores elétricos de baixa tensão e componentes e painéis de automação. “A exceção foi o negócio de geração solar distribuída que apresentou redução de receita nesse trimestre, influenciado principalmente pela mudança da regulação do setor que entrou em vigor em janeiro deste ano”, detalha a companhia em release de resultados. No mercado externo, a companhia apontou crescimento de receita nos principais segmentos de atuação, ressaltando elevação na transmissão e distribuição na América do Norte.
A XP (BVMF:XPBR31) avaliou os resultados como fortes, diante de melhor rentabilidade e resultado líquido em torno de R$1,3 bilhão, 12% superior ao estimado pela companhia de investimentos. Segundo o analista Lucas Laghi, o destaque ficou por conta da rentabilidade, com margem Ebitda tendo atingido 21,9%, 3 pontos percentuais acima das projeções da XP. Acomodação de custos e melhor mix de produtos foram propulsores desse indicador.
No entanto, o analista pondera que a receita da Weg ficou 5% abaixo do esperado, o que acredita ter ocorrido devido a oscilações cambiais. Mesmo assim, a visão possui visão positiva para os papéis.
A Empiricus considerou o trimestre com resultados acima das expectativas, diante da manutenção do ritmo crescimento diante de um momento macroeconômico desafiador.
“Assim como observamos no 4T22, os custos das principais matérias-primas que compõem a estrutura de custos da companhia, principalmente o aço e o cobre, seguem estabilizando”, reforça o analista Fernando Ferrer.
Ainda que não considere os múltiplos da Weg baixos, a Empiricus segue otimista e possui classificação de compra para os papéis. “A capacidade da companhia de atuar globalmente em diferentes setores e capturar diversas oportunidades de negócio torna o negócio resiliente e com robustas avenidas de crescimento”, completa Ferrer.
Na visão do Itaú BBA, os resultados foram neutros, com lucro em linha com as projeções do banco. A expansão na margem Ebitda, por sua vez, foi considerada significativa e inesperada.
Segundo os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano, ainda há incertezas sobre o futuro desse patamar de margens. “Mas parece que pelo menos uma parte desse ganho pode ser estrutural, o que levaria a um potencial de valorização dos nossos números. Por outro lado, isso pode ser ofuscado por um risco negativo se a desaceleração da receita em geral representar um arrefecimento generalizado da demanda”, ponderam.
O Capex ficou um pouco abaixo das estimativas do Itaú BBA, que espera uma aceleração dos investimentos ao longo do ano.
O Itaú BBA possui classificação outperform para as ações da Weg, com preço-alvo de R$44.