Investing.com – Mais um trimestre acima do esperado. É desta forma que analistas do BTG (BVMF:BPAC11), Santander (BVMF:SANB11) e Empiricus avaliam os indicadores reportados pela Weg (BVMF:WEGE3), que atua em frentes como motores elétricos, geradores, transformadores e outros artigos industriais. Com produção em diferentes setores, levando à captura de oportunidades de negócios a nível global, a companhia teria demonstrado resiliência e ampla capacidade de crescimento, mesmo com um cenário macroeconômico desafiador.
A Weg divulgou o balanço referente ao segundo trimestre nesta quarta-feira, 19, com lucro líquido de R$1,368 bilhão, um crescimento de 49,9% em relação ao mesmo período do ano passado e de 4,7% em relação ao 1T23.
De acordo com o banco BTG, os resultados da Weg foram mais resilientes do que o esperado. “Como esperado, a expansão da Weg desacelerou versus os últimos trimestres, mas ainda foi capaz de sustentar um crescimento de dois dígitos com margens e retornos, novamente mostrando seu desempenho operacional superior”, acredita o banco.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, os analistas do BTG Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, elencam como destaques o Ebitda e resultado do lucro. A receita líquida de R$8,2 bilhões ficou levemente acima das estimativas do banco de R$8 bi. Mesmo com cenário mais fraco, o Ebitda de R$1,8 bilhão também superou das projeções de R$1,6 bilhão, com margem de 22%, além do lucro acima dos R$1,2 bilhão esperados.
O BTG possui classificação de compra para as ações, com preço-alvo de R$50.
Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, concorda que o segundo trimestre foi de indicadores novamente acima das expectativas, com ritmo de crescimento “sequencial e consistente”.
A receita operacional líquida de R$8,2 bilhões teria sido impulsionada pelo bom resultado das operações no mercado externo, mas ainda com crescimento no mercado interno, ainda que de forma mais moderada. “Com isso, o mercado externo passou a representar 54% do seu faturamento, enquanto o restante é proveniente do mercado interno”, aponta.
O analista observa que segue a tendência de estabilização nos custos das principais matérias-primas que compõem a estrutura de custos da empresa, notadamente o aço e o cobre.
“Assim, beneficiada também por melhorias no mix de produtos e programas para ganhos de eficiência, a margem bruta atingiu 33,7%, ganho de 6,3 pontos percentuais quando comparada com o 2T22”, detalha o analista.
Para a Empiricus, o caixa de R$3,2 bilhões no semestre demonstra que a Weg segue com um balanço bastante equilibrado. Na visão de Ferrer, isso teria viabilizado o pagamento proventos na forma de dividendos no valor de R$609 milhões. “Quando somado ao JCP de R$ 467 milhões, representam um acréscimo de 21% frente ao primeiro semestre do ano passado”, completa. No entanto, a Empiricus considera o valuation esticado, o que leva a uma recomendação neutra.
O Santander também reforçou a indicação neutra para os papéis após o balanço acima do esperado pelos analistas e pelo consenso, com preço-alvo de R$43.
A força das margens teria sido explicada pela “acomodação dos preços das commodities, aliada a um melhor mix de produtos (menor contribuição de entregas de equipamentos de geração solar) e esforços contínuos de ganhos de eficiência”.
Na visão dos analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem, a melhoria do caixa líquido ocorreu pelo impulso do desempenho operacional, mas compensado parcialmente pela necessidade de capital de giro.
Às 13h53 (de Brasília), as ações subiam 3,40%, a R$37,16.