Por Martin Quin Pollard e Laurie Chen e Liz Lee
PEQUIM (Reuters) - O primeiro-ministro da China, Li Qiang, liderará a delegação da China na reunião de cúpula do G20 em Nova Délhi nesta semana, disse o Ministério das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira, indicando que o presidente Xi Jinping não comparecerá e frustrando as chances de uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A cúpula de 9 a 10 de setembro foi vista como um local para uma possível reunião entre Xi e Biden, que confirmou sua presença em Nova Délhi, após meses de esforços das duas potências para estabilizar os laços desgastados por tensões comerciais e geopolíticas.
"O G20 é o principal fórum para a cooperação econômica internacional e a China sempre deu grande importância e participou proativamente de tais eventos", disse Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma coletiva de imprensa, quando perguntada por um repórter por que o "líder" da China não compareceria.
Mao se recusou a confirmar diretamente que o comparecimento de Li significava que Xi não iria, embora não tenha corrigido os repórteres que fizeram essa afirmação. A Reuters informou com exclusividade no mês passado que Xi provavelmente não participaria da reunião e enviaria Li.
O fato de Li liderar a delegação na reunião do G20 torna quase certo que Xi não irá, já que a China não teria seu presidente e seu primeiro-ministro no exterior ao mesmo tempo, muito menos no mesmo evento.
Biden disse no domingo que estava desapontado por Xi não ir à cúpula, mas acrescentou que iria "vê-lo". Biden não entrou em detalhes.
A última vez que Xi se encontrou com Biden foi nos bastidores de uma cúpula do G20 na Indonésia em novembro.
Esta será a primeira vez que um presidente chinês deixa de participar de uma cúpula de líderes do grupo desde que a primeira edição foi realizada em 2008, embora em 2020 e 2021, durante a pandemia da Covid-19, Xi tenha comparecido virtualmente.
Também ausente da cúpula de Nova Délhi estará o presidente da Rússia, Vladimir Putin, após um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele por supostos crimes de guerra na Ucrânia. A Rússia será representada por seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Os outros líderes do G20 que estarão presentes incluem o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Reportagem de Liz Lee e Martin Quin Pollard)