SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros iniciaram a quinta-feira em forte alta, repercutindo a aversão ao risco depois que denúncias atingiram o presidente Michel Temer e com os investidores já apostando que o Banco Central vai desacelerar o ritmo de cortes da Selic agora.
A curva de juros precificava 92 por cento de chances de redução de 0,75 ponto percentual da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) no final do mês e o restante era de apostas de 1 ponto. Na véspera, a maioria das apostas indicava corte de 1,25 ponto agora.
A Selic está hoje em 11,25 por cento ao ano, após dois cortes de 0,25 ponto cada, dois de 0,75 ponto e um de 1 ponto.
Na véspera, notícias informaram que o empresário Joesley Batista, do frigorífico JBS (SA:JBSS3), gravou o presidente Temer dando aval à compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha. O temor era de que as reformas, em especial da Previdência, sejam deixadas de lado neste momento de frote turbulência política.
A maioria das taxas dos DIs já operava no limite de alta permitido para a sessão, segundo operadores, o que significa que, a partir de agora, só podem sair negócios que não ultrapassem esses limites.
Às 9:31, as taxas dos contratos com vencimento para janeiro de 2021 e janeiro de 2023 saltavam 1,35 ponto percentual.
(Por Claudia Violante)