Por Elizabeth Piper e Mark Trevelyan
LONDRES (Reuters) - A ministra britânica do Interior, Theresa May, está prestes a se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Reino Unido desde Margaret Thatcher, depois que sua única concorrente desistiu inesperadamente da corrida pela liderança nesta segunda-feira, acabando com a necessidade de uma votação final.
May, de 59 anos, agora é única candidata para suceder David Cameron, que anunciou sua renúncia depois que os britânicos decidiram em um referendo no mês passado deixar a União Europeia.
May disputaria a liderança com a ministra da Energia do Reino Unido, Andrea Leadsom, em uma votação dos cerca de 150 mil membros do Partido Conservador, e o resultado deveria ser anunciado em 9 de setembro.
Leadsom era pouco conhecida do público britânico até emergir como uma voz de destaque na campanha bem-sucedida pela desfiliação do país da União Europeia.
Sem experiência no gabinete, ela vinha sendo muito criticada por uma entrevista a um jornal na qual pareceu insinuar que ser mãe significava que ela tinha mais em jogo no futuro do país do que May, que não tem filhos.
Leadsom, de 53 anos, leu um comunicado a repórteres no qual disse estar se retirando da disputa porque uma campanha de nove semanas pela liderança é altamente indesejável em um momento crítico como o atual. Ela reconheceu que sua rival conquistou um apoio muito maior em uma votação de correligionários do Parlamento na semana passada.
"Uma liderança forte é necessária com urgência para se começar o trabalho de saída da União Europeia", disse Andrea. "Cheguei... à conclusão de que os interesses do país são mais bem servidos pela indicação imediata de uma primeira-ministra forte e bem apoiada. Estou, portanto, me retirando da eleição pela liderança e desejo a Theresa May o maior sucesso. Eu lhe garanto meu apoio total".
May atuou como ministra do Interior nos últimos seis anos e está prestes a se tornar apenas a segunda mulher premiê britânica, embora ainda não esteja claro o quão cedo isso irá acontecer.
Graham Brady, líder dos 330 conservadores do Parlamento, disse ainda haver procedimentos constitucionais a serem observados antes que sua indicação possa ser confirmada, mas que pretende fazer um anúncio de confirmação o mais cedo possível.
May foi a favor da permanência do país na UE no referendo do mês passado, mas repetiu seu novo mantra, "Brexit significa Brexit", dizendo que não pode haver um segundo referendo e nenhuma tentativa de voltar à UE pela porta dos fundos.
"Como primeira-ministra, farei com que saiamos da União Europeia", afirmou.