Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça Federal de Brasília concedeu liminar que suspende determinação do Ministério da Educação e Cultura (MEC) que limitava índice de reajuste de mensalidades de instituições de ensino participantes do sistema de financiamento Fies.
Segundo a decisão da 7a Vara Cível da Justiça Federal de Brasília tomada na segunda-feira e tornada pública nesta quinta-feira, a suspensão da trava imposta pelo MEC para o Fies vale para renovações e aditivos aos contratos de financiamento.
Com isso, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deverá "providenciar o regular funcionamento do sistema sem as travas de valores mínimos e máximos", afirma a decisão da juíza federal substituta Luciana Raquel de Moura.
O ministério havia autorizado acesso ao Fies apenas às escolas que reajustaram as mensalidades este ano em até 6,4 por cento.
A decisão da Justiça foi em resposta ao mandado de segurança da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), que solicitou a suspensão deste limite.
O MEC, que ainda pode recorrer da decisão, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
"A Justiça está reconhecendo que a inflação não é nosso indexador, e, desde que obedeça a lei (de Mensalidades Escolares), o reajuste é pertinente", disse a presidente da Fenep, Amábile Pacios.
A legislação permite que as instituições de ensino podem reajustar as mensalidades desde que se refira a repasse de custeios e melhorias pedagógicas, acrescentou Amábile.
A Fenep representa 23 sindicatos divididos em 19 Estados, envolvendo 1.500 faculdades de 2.112 existentes no Brasil.
Há outros mandados de segurança da Fenep aguardando decisão, a respeito das portarias publicadas pelo MEC no final do ano passado, e que incluem mudanças como a exigência de nota mínima no Enem para alunos que quiserem financiamento pelo Fies.
A entidade orientou que os sindicatos entrassem com suas próprias ações na Justiça contra as novas regras do Fies, enquanto aguardava por uma decisão judicial nacional. Instituições de ensino de Alagoas, Sergipe e Rondônia já tinham obtido decisões favoráveis em liminares concedidas pela Justiça contra mudanças no Fies.