SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de educação Estácio Participações (SA:ESTC3) prevê para os próximos trimestres mais resultados dos esforços de controle de taxa de evasão de alunos e uma recuperação da posição de caixa com os pagamentos dos recursos atrasados do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelo governo federal.
Segundo o diretor-presidente da Estácio, Rogério Melzi, o fluxo de caixa operacional negativo do primeiro semestre, frente a resultado positivo no mesmo período de 2014, foi afetado pelos atrasos no pagamento do programa.
"Nossa sólida posição nos dá conforto para esperar a regularização do fluxo Fies já no segundo semestre", disse Melzi, referindo-se a pagamentos de semestres já transcorridos. "Queremos ter certeza de que nos próximos meses o governo vai honrar o compromisso. As evidências são positivas, dado que a gente tem recebido (do governo federal). Não vejo risco adicional", completou.
A Estácio registrou forte crescimento das contas a receber do Fies no segundo trimestre, que ficaram em 1,08 bilhão de reais, frente a 520,9 milhões de reais no mesmo período de 2014. No primeiro trimestre, somaram 833,9 milhões de reais.
Outra frente de atuação da empresa nos próximos trimestres será o maior controle da taxa de evasão, que segundo o diretor financeiro da Estácio, Virgílio Gibbon, já teve bom desempenho no segundo trimestre, mesmo com a piora de 0,3 ponto na comparação anual, para 7,5 por cento da base.
"A Estácio continua com os esforços de combate à evasão, que trarão mais resultados nos próximos trimestres", disse Gibbon, citando estratégias como migração de alunos para o ensino à distância e financiamento privado.
A empresa pretende lançar novas linhas de crédito privado para alunos em 2016, com o objetivo de dar alternativas a estudantes que não conseguiram financiamento pelo Fies.
De acordo com Melzi, a empresa já verificou uma tendência de alunos buscarem cursos de tíquetes mais baratos, diante do cenário econômico mais difícil e das mudanças no programa.
No segundo trimestre, a Estácio teve lucro líquido consolidado de 131,9 milhões de reais, alta de 53,4 por cento na comparação anual, informou na quinta-feira.
(Por Luciana Bruno, edição Alberto Alerigi Jr. e Aluísio Alves)