BRASÍLIA (Reuters) - O advogado Flávio Costa, um dos defensores do PSDB na ação contra a chapa Dilma-Temer, afirmou nesta terça-feira que é "inquestionável" que a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República em 2014 se deu de modo abusivo.
Costa disse que ficou comprovado o abuso de poder político e econômico na disputa.
"A campanha se construiu em cima de mentiras, não mentiras apenas fabricadas pelo marqueteiro", disse ele, em sustentação oral feita no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "A mentira venceu", discursou.
Outro advogado do PSDB, José Eduardo Alckmin, disse que há uma realidade "gravíssima" no processo porque a prática de caixa dois na campanha não foi pequena e irrisória, mas sim, em sua opinião, em montante que era impossível outro candidato vencer a disputa.
Alckmin defendeu ser possível acrescentar novos fatos no curso da ação e lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF), em um julgamento, já reconheceu essa possibilidade. Esse é um dos principais pontos contestados pelas defesas de Dilma e do presidente Michel Temer, que pode perder o mandato caso a chapa seja cassada, como pede o PSDB na ação.
Os dois advogados não fizeram qualquer consideração sobre o então vice da chapa, Michel Temer. Em alegações finais, o partido pediu a condenação de Dilma e a absolvição de Temer. Os tucanos são o principal aliado do atual governo.
Ao ler o seu relatório, o ministro Herman Benjamin, relator do processo, destacou em sua fala que a inclusão dos autos da operação Lava Jato no processo foi um pedido expresso do PSDB em sua petição inicial.
As defesas de Dilma e Temer querem retirar do processo as delações de executivos ligados à Odebrecht firmadas no âmbito da operação Lava Jato.
(Reportagem de Ricardo Brito)