AGU quer cobrar Bolsonaro e Eduardo por custos de escritório nos EUA contra sanções

Publicado 29.08.2025, 14:03
Atualizado 29.08.2025, 17:40
© Reuters AGU quer cobrar Bolsonaro e Eduardo por custos de escritório nos EUA contra sanções

A Advocacia-Geral da União (AGU) quer cobrar o reembolso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) das despesas com a contratação de escritório de advocacia americano. A empresa foi contratada para defender o Brasil das sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao País.

O Estadão revelou na segunda-feira, 25, que a AGU estava finalizando os trâmites para a transação. O valor do contrato firmado pode alcançar US$ 3,5 milhões em quatro anos - cerca de R$ 18,9 milhões na cotação atual.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 27, o órgão afirmou que "adotará medidas para obter, junto a eventuais responsáveis pelos danos causados ao Brasil, o ressarcimento dos valores despendidos".

Embora a nota não cite nomes, a cobrança pode ser direcionada a Bolsonaro e Eduardo, indiciados pela Polícia Federal (PF) e sob investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos ataques à soberania nacional.

Os dois são investigados por crimes de coação no curso do processo e abolição do Estado Democrático de Direito ao tentar interferir no julgamento da ação penal do golpe, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). A PF aponta a atuação de Eduardo Bolsonaro como "claro lobby" com o governo Donald Trump por sanções ao STF.

No X (antigo Twitter), Eduardo criticou a possibilidade de ser cobrado. "Imagina se a AGU tivesse esse mesmo apetite para correr atrás dos bilhões roubados de aposentados do INSS?", disse.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), respondeu: "Sentiu, meu caro? Prepare o bolso. É o custo-Eduardo, que já passa de R$ 40 bilhões, numa campanha sistemática de ataque ao Brasil com sanções de revogação de vistos, aplicação da Lei Magnitsky e imposição de tarifas", escreveu Lindbergh na rede social.

O contrato foi firmado com o escritório Arnold & Porter Kaye Scholer LLP, referência em disputas internacionais e que já representou o Brasil em outros casos. O montante de US$ 3,5 milhões representa o teto de gastos, mas os pagamentos ocorrerão de acordo com os serviços prestados e o grau de complexidade de cada demanda.

Nos próximos dias, a AGU e os advogados estrangeiros devem traçar as estratégias jurídicas para tentar reverter "quaisquer medidas de caráter punitivo aplicadas contra os interesses do Estado brasileiro, de empresas e de agentes públicos brasileiros", como bloqueio de ativos, tarifas adicionais, restrições financeiras e negação de vistos.

A AGU reforça que pode instruir a firma de advocacia a representar órgãos da administração pública federal e agentes públicos atingidos por sanções em razão do exercício de suas funções. É o caso do ministro do STF Alexandre de Moraes, alvo da Lei Magnitsky.

Nesta semana, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo para que o órgão analise a contratação realizada pela AGU, sob o argumento de que a medida usa dinheiro público para favorecer Moraes.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.