BRASÍLIA (Reuters) - A senadora Ana Amélia (PP-RS) conversou nesta quinta-feira com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e o vice dele, general Hamilton Mourão (PRTB), por cerca de uma hora na sede do governo de transição, mas a parlamentar disse à Reuters que não houve qualquer tipo de convite para que ela ocupe um ministério ou cargo no futuro governo.
Ana Amélia -- que foi candidata a vice-presidente na chapa do candidato derrotado pelo PSDB Geraldo Alckmin mas apoiou no segundo turno Bolsonaro -- afirmou que foi Bolsonaro que a convidou para o encontro no qual conversaram sobre uma série de assuntos, tendo como eixo desafios do próximo presidente em diversas áreas.
A senadora disse, por exemplo, que trataram de ações para a Ciência, Tecnologia e Comunicações, áreas em que ela é relatora setorial do orçamento de 2019, no primeiro ano de Bolsonaro. Ela afirmou ter dito aos dois a dificuldade orçamentária "muito grande" para o setor -- em linha com o que disse na véspera ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, durante reunião na Comissão Mista de Orçamento.
Segundo Ana Amélia, o atual ministério que engloba essas áreas tem demandas de projetos da ordem de 1,7 bilhão de reais, mas apenas 41 milhões de reais para atender essas necessidades.
A conversa desta quinta-feira também girou em torno da política externa, como a necessidade de ampliar o relacionamento com outros países e, em especial, os Estados Unidos, além da reforma da Previdência, relatou ela.
À Reuters, a senadora foi taxativa em dizer que não houve qualquer convite para ela integrar o futuro governo. De acordo com reportagens, ela estaria entre uma das cotadas para ocupar o Ministério das Comunicações. "A mim, nenhuma palavra sobre isso", disse, ao chamar de "chute" o que foi publicado até agora.
Questionada se aceitaria um convite, a parlamentar afirmou: "Não se pode dizer nada, tem que perguntar para ele (Bolsonaro). Não estou postulando cargo".
Ana Amélia afirmou que não está "buscando emprego" porque disse que, após encerrar o mandato de senadora -- em janeiro de 2019 --, tem planos de passar dois meses em Washington estudando inglês e em outras ações.
(Por Ricardo Brito)