Por Ingrid Melander
PARIS (Reuters) - O agitador francês de esquerda Jean-Luc Mélenchon declarou que irá concorrer à Presidência novamente no ano que vem, um gesto que cria um risco de divisão no eleitorado de centro-esquerda e pode prejudicar as chances de reeleição do atual presidente francês, François Hollande.
Hollande, que deve anunciar uma reformulação ministerial ampla nesta quinta-feira em preparação para a votação de 2017, tentou desencorajar candidatos mais à esquerda, argumentando que isso pode impedir qualquer político de centro-esquerda de chegar ao segundo turno do pleito.
Mélenchon, de 64 anos, ex-parlamentar socialista que se tornou um crítico ferrenho de Hollande, pode tirar votos do mandatário, que já enfrenta uma dura batalha para se manter no cargo devido à revolta da população com o alto desemprego e outros fatores.
"Estou apresentando minha candidatura para 2017", declarou Mélenchon em um vídeo publicado em seu site na quarta-feira. "Esta eleição pode ser uma chance para o povo. É a oportunidade de virar a página, pacífica e democraticamente, de um sistema cruel no qual nosso país e nosso continente estão afundando."
Mélenchon obteve 11,1 por cento dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de 2012, ajudado pelo apoio dos comunistas. Desta vez ele não conta com esse endosso, e não está claro como irá financiar sua campanha.
(Reportagem adicional de Emmanuel Jarry e Marine Pennetier)