BRASÍLIA (Reuters) - A rejeição à presidente Dilma Rousseff oscilou para baixo em março em meio à batalha do impeachment no Congresso e forte recessão econômica, com pesquisa CNI/Ibope mostrando que a avaliação ruim/péssima do governo foi a 69 por cento, ante 70 por cento em dezembro, que havia sido recorde negativo histórico.
A pesquisa, contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou nesta quarta-feira que apenas 10 por cento avaliam o governo como ótimo ou bom, ante 9 por cento três meses antes.
E não há espaço para otimismo com o futuro. Segundo a sondagem, 68 por cento acham que o restante do tempo do governo Dilma será ruim/péssimo, enquanto apenas 10 por cento veem o período à frente como ótimo/bom.
A desaprovação da maneira de governar da presidente se manteve em 82 por cento em março, como há três meses.
O combate à pobreza foi a área de atuação verificada pela pesquisa com a maior aprovação da população, com 29 por cento. Já o combate à inflação é desaprovado por 86 por cento dos entrevistados, mesma parcela dos que desaprovam o combate ao desemprego, num momento em que a inflação acumulada em 12 meses segue em patamares elevados e o desemprego aumenta a cada mês.
Em meio à grave crise política, a pesquisa mostrou que a notícia relativa ao governo mais lembrada pela população foi o convite de Dilma para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério, apontada por 31 por cento. A segunda mais lembrada, por 17 por cento, foi relativa às manifestações favoráveis ao impeachment.
O levantamento foi realizado entre 17 e 20 de março, com 2.002 pessoas em 142 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)