Por Sarah White e Carlos Ruano
MADRI (Reuters) - Os dois principais partidos de esquerda da Espanha podem estar perto de obter maioria parlamentar combinada, mostraram várias pesquisas de opinião neste domingo, uma semana antes da votação na segunda eleição em seis meses no país.
Espera-se que a eleição de 26 de junho produza um resultado semelhante ao impasse de dezembro, em que a entrada de novas forças políticas terminou com quatro décadas de um sistema bipartidário e no qual nenhum partido obteve apoio suficiente para governar sozinho.
Divisões políticas e de liderança dividiram possíveis aliados nas negociações da campanha, mostrando que os candidatos de esquerda teriam mais chances de formar um governo de coalizão.
O vácuo político da Espanha ainda descarrila substancialmente uma economia que está a caminho de crescer mais rápido do que a maioria dos pares da zona do euro este ano, com taxa de 2,7 por cento. O desemprego ainda paira em 21 por cento, a segunda maior taxa na Europa, apesar de empregos estarem voltando, impulsionados, em parte, pelo turismo.
Mas a preocupação dos políticos espanhóis é se um limbo prolongado alienaria ainda mais os eleitores, já que esses não se impressionaram com os esforços para a formação de um governo, sendo que a economia pode sofrer, caso sejam feitas as reformas tão necessárias para corrigir ainda mais o lapso do mercado de trabalho.
Três diferentes pesquisas publicadas neste domingo mostram que uma aliança da esquerda, liderada pelo partido antiausteridade Podemos, deve obter ganhos na eleição e ficar em uma forte segunda posição, à frente dos socialistas e atrás apenas do Partido Popular (PP), de centro-direita.
Juntos, socialistas e Podemos podem formar um governo de maioria.
O PP, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, é esperado para mais uma vez ganhar o apoio da maioria, mas o partido de centro-direita terá de batalhar para encontrar aliados suficientes para permitir a continuação no poder, a menos que os socialistas mudem de rumo e decidam apoiar o PP.