(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira que a oposição é útil, explicou que se referiu à cúpula do PT e de outras entidades quando falou na véspera sobre deixarem o país ou irem para a cadeia e ressaltou que é a maioria quem decide o futuro do país.
Em entrevista, questionado sobre declaração de domingo, quando falou "essa turma se quiser ficar aqui vai ter que se colocar sob a lei de todos nós, ou vão para fora ou vão para a cadeia", Bolsonaro disse que se referia à cúpula do PT.
"É a cúpula que teima em fazer com que os brasileiros que foram doutrinados por eles têm que fazer algo que interesse para essa cúpula e não para o Brasil, essa cúpula do PT, essa cúpula do MST, do MTST, eles vão ter que se adequar às leis, porque algumas nós aprovaremos dentro do Parlamento, de modo que temos um país pacificado", disse o candidato à TV Record.
Bolsonaro repetiu que não se pode admitir invasão de propriedade em nome de movimentos sociais. "Esse é o recado que eu dei no dia de ontem no discurso para a Paulista", disse, referindo-se ao discurso transmitido na véspera a uma grande manifestação em São Paulo.
No discurso de domingo, o presidenciável do PSL afirmou que "esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria" e que a “pretalhada, vai tudo para a ponta da praia, vocês não terão mais vez em nossa pátria”, entre outras declarações duras contra seu adversário no segundo turno da eleição, Fernando Haddad (PT), e seus apoiadores.
Na entrevista divulgada nesta segunda-feira, Bolsonaro procurou amenizar o tom, mas insistiu que a oposição não pode querer parar o país em nome da minoria.
"A oposição é boa para você até refletir sobre aquilo que por ventura você não esteja fazendo acertadamente. Agora, a oposição não pode simplesmente querer parar o Brasil em nome de uma minoria. A maioria é quem decide o futuro de uma nação", disse. "Não havendo como compor, ganha quem tem mais votos."
Questionado se desrespeitaria alguém por ser petista ou de oposição em um governo seu, o presidenciável afirmou que "de jeito nenhum".
"Eu digo que tem Estados que temos governadores do PT ou do PCdoB e nós não faremos política diferente contra aquele Estado por causa desses governadores. Vamos atender a população como um todo."
(Por Alexandre Caverni)