SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que seria "até interessante" o cargo de vice-presidente da República, e negou que seja candidato a presidente em 2018.
"A ideia de ser vice é até interessante", afirmou Meirelles em evento com empresários em São Paulo, ao ser questionado se seria candidato a presidente ou vice no pleito de 2018.
Ele disse que já teria sido convidado para ser candidato a vice-presidente em 2010 e 2014, para a chapa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), respectivamente.
Um pouco mais tarde, em entrevista a jornalistas, Meirelles tentou justificar que sua afirmação sobre candidatura a vice-presidência havia sido uma "mera brincadeira".
Meirelles, filiado ao PSD, tem se articulado nos bastidores para concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, contando inclusive com uma equipe própria voltada a esse objetivo. [nL2N1MF0S0]
A bancada na Câmara dos Deputados do seu partido já o convidou para se candidatar à Presidência no ano que vem, mas em declarações públicas Meirelles tem reiterado que no momento está concentrado nas questões da economia do país. E repetiu o discurso nesta segunda-feira.
"Sou candidato a fazer um bom trabalho no Ministério da Fazenda".
Mais tarde, em palestra a empresários na Fecomercio-SP, Meirelles voltou a dizer que havia feito uma brincadeira quando se referiu à possibilidade de ser candidato a vice-presidente e reiterou que está focado atualmente em suas funções à frente da Fazenda.
"Me perguntam, em qualquer lugar que eu vou, se sou candidato a presidente. Eu digo que estou concentrado no meu trabalho como ministro da Fazenda. E surgiu essa história de vice. Qualquer desse tipo de coisa --candidato a presidente, candidato a vice-- eu fico honrado pelo meu nome ser lembrado", disse.
"Eu fiz uma brincadeira de manhã, que gerou um certo mal-entendido em um primeiro momento, e a brincadeira é a seguinte: eu já fui convidado para ser candidato a vice-presidente e não aceitei em eleições anteriores."
O ministro voltou a defender a aprovação da reforma da Previdência e que ela é de interesse de "todas as forças políticas" do país. Para ele, se a reforma não for aprovada no Congresso este ano, será o primeiro desafio do próximo presidente.
Pela tarde, Meirelles defendeu que a "grande janela de oportunidade" para aprovar as alterações previdênciárias é neste ano e defendeu que todos aqueles que pretendem estar no projeto vencedor da eleição do ano que vem têm interesse em aprovar a reforma agora.
"Não há dúvida que a grande janela de oportunidade é este ano. Em tese, para o início do ano que vem é possível, teoricamente, embora seja mais difícil, porque é um ano eleitoral, etc", disse.
(Reportagem de Thaís Freitas e Natália Scalzaretto)