BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira que vai recusar nesta semana alguns dos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff já protocolados na Casa.
Segundo ele, serão recusados até o fim da semana alguns dos pedidos que chegaram primeiro, "três ou quatro", que são menos embasados.
"Eu vou esta semana começar a despachar os mais antigos. Alguns são absolutamente simplórios, vou recusar mesmo", disse Cunha.
Na semana passada, o presidente da Câmara respondeu à questão de ordem da oposição com as regras para a tramitação de um eventual processo de impeachment contra a presidente. Existem hoje 13 pedidos de impeachment aguardando deliberação da presidência da Cãmara.
Cunha afirmou também que não comentará denúncias feitas no âmbito da operação Lava Jato, dizendo que já havia desmentido acusação de recebimento de propina em conta na Suíça.
Na véspera, Cunha tuitou negando a informação que teria sido dada à Polícia Federal pelo empresário João Augusto Rezende Henriques, preso por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção, de que teria aberto uma conta para pagar propina a Cunha na Suíça.
"A minha posição é muito clara, eu já desmenti ter qualquer tipo de coisa indevida e esse assunto de Lava Jato é um assunto que não vou falar", disse o presidente da Câmara.
Cunha foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob acusação de ter recebido propina para facilitar a obtenção de contrato com a Petrobras (SA:PETR4). Ele nega a acusação.
O presidente da Câmara anunciou seu rompimento pessoal com o governo da presidente Dilma Rousseff depois que um delator da Lava Jato disse ter pago propina a ele justamente pela obtenção de um contrato para fornecer navios-sonda para a Petrobras.
(Reportagem de Leonardo Goy)