BRASÍLIA (Reuters) - O governo da presidente Dilma Rousseff decidiu nesta quinta-feira adiar para a semana que vem o anúncio da reforma administrativa que prevê corte de ministérios, informou o Palácio do Planalto em nota.
Dentre os fatores que emperram a conclusão da reforma está o impasse com o PMDB, maior aliado do governo e partido do vice-presidente da República, Michel Temer.
Segundo uma fonte da sigla, o PMDB deve ficar com o comando de seis ministérios. A própria presidente procurou lideranças do partido pedindo indicações de nomes para compor seu governo, destinando duas pastas à bancada da Câmara, duas à do Senado, e mais uma a partir de um consenso entre as duas Casas.
Durante a negociação, peemedebistas defenderam a permanência de Henrique Eduardo Alves no Turismo, ao mesmo tempo em que não se opuseram à manutenção do atual ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, ainda que seja deslocado para outra pasta, totalizando seis ministérios.
Entretanto, a eventual saída do Ministério da Pesca de Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), não foi bem recebida.
Nessa configuração, mantendo Padilha e Barbalho, o PMDB ficaria com sete ministérios.
"Esse foi um dos fatores (para atrasar a divulgação), mas também não sei se há problemas em outros partidos da base", disse a fonte, que pediu anonimato.
A bancada de senadores peemedebistas preferiu manter os atuais ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia).
A nota divulgada pelo Planalto credita o adiamento do anúncio, inicialmente prometido por Dilma para a última quarta-feira e que previa o corte de 10 ministérios, a pedido de partidos que compõem a base aliada da petista no Congresso Nacional para que mais consultas sejam realizadas.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu, Maria Carolina Marcello e Leonardo Goy)