BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o governo continua trabalhando e prometeu chamar todos os setores do país para um pacto nacional caso o impeachment seja derrotado.
"Com essa página virada, nós vamos iniciar a repactuação das condições para superar a crise e retomar o crescimento... chamando o país para um grande pacto, para um diálogo nacional de todos os segmentos, não só do segmento político, mas também de empresários, trabalhadores, enfim, de todos aqueles que querem um Brasil melhor", disse Dilma em evento no Palácio do Planalto.
"Apesar das incertezas do momento atual, nós não deixamos de trabalhar um só minuto. O governo continua trabalhando, continua perseguindo suas metas, continua dando prioridade à infraestrutura do nosso país."
Mais cedo, Dilma havia dito em entrevista a vários veículos da mídia que se o governo conseguir barrar o impeachmente na Câmara dos Deputados pretende propor um pacto "sem vencidos e sem vencedores".
A presidente também prometeu "lutar até o fim" contra o impeachment e fez a avaliação de que a capacidade de recuperação da economia brasileira tem sido limitada pela crise política.
"O recado é o seguinte: nós lutaremos até o fim contra esse impeachment. Acreditamos que, no dia de domingo, temos todas as chances de barrar o impeachment. Esse é o recado principal", disse a presidente na entrevista.
"(O) segundo recado é que, logo depois (de barrar o impeachment), temos que fazer um pacto no Brasil."
Dilma voltou a criticar o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chamando ambos mais uma vez de "chefe do golpe e de vice-chefe do golpe".
"Só não sei quem é o chefe e o vice-chefe. Vocês também não sabem. São associados. Um não age sem o outro. Aqui ninguém é ingênuo", disse a presidente aos jornalistas, de acordo com os veículos.
Entre os veículos que participaram da entrevista com a presidente estão os jornais Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, além da revista Carta Capital, do portal UOL (SA:UOLL4) e do canal de TV a cabo GloboNews.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)