Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff protestou nesta sexta-feira contra a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor na operação Lava Jato e afirmou que os últimos acontecimentos fogem da “normalidade do estado democrático de direito”, disse o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), após encontro de prefeitos com a presidente.
“Ela fez uma avaliação inicial sobre o momento e protestou. Acha que as coisas estão fugindo da normalidade do estado democrático de direito e lamentou que isso esteja acontecendo. Deixou isso muito claro”, contou Fortunati.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado para depor nesta sexta-feira em nova etapa da operação Lava Jato sob suspeita de ser beneficiário de crimes envolvendo a Petrobras (SA:PETR4).
Segundo o prefeito, Dilma classificou de “exagerado” a condução coercitiva e lembrou que o ex-presidente nunca se negou a dar depoimentos. “Obviamente ela entende que houve um exagero nessa condução forçada do presidente Lula e mostrou sua insatisfação com essa situação”, contou.
Fortunati disse que a presidente estava tranquila e fez ainda esclarecimentos sobre as denúncias surgidas na quinta-feira, com informações de uma suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em que citaria a presidente e Lula. Logo em seguida começou a tratar do principal assunto da reunião, a recriação da CPMF, que classificou como a única maneira de tirar o Brasil da crise econômica.
O prefeito de Manaus, o tucano Arthur Virgílio, afirmou que a presidente "de uma certa forma desqualificou o senador", chamou-o todo o tempo de "delator premiado", em vez de usar seu nome. "Ela disse que ele (Delcídio) queria muito sair da prisão, mas que governo não serve para tirar ninguém da cadeia", contou Virgílio.
(Por Lisandra Paraguassu)