Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - Equatorianos votaram no domingo a favor de impedir que presidentes ocupem o cargo por mais de dois mandatos, informou o conselho eleitoral do país, em uma vitória para o presidente Lenín Moreno que impossibilita seu ex-mentor e agora adversário Rafael Correa de voltar ao poder.
O resultado do referendo, convocado por Moreno, reverte uma medida aprovada por Correa no Congresso em 2015 para permitir a reeleição presidencial ilimitada.
"A vitória do voto 'sim' abre caminho para que possamos trabalhar juntos, o confronto é uma coisa do passado", disse Moreno durante pronunciamento televisionado, em uma aparente referência ao famoso estilo combativo de Correa. "Os antigos políticos não voltarão".
Agora, Moreno pode ser encorajado a remover aliados de Correa de importantes cargos do governo, e os mercados financeiros provavelmente verão o resultado da votação como confirmando um futuro mais politicamente e fiscalmente conservador para o Equador.
O conselho eleitoral disse que cerca de 64 por cento dos participantes votaram a favor de alterar as regras para a reeleição, enquanto 36 por cento votaram contra a mudança.
Equatorianos também apoiaram outras seis medidas, incluindo a limitação da produção de petróleo e da mineração em áreas ambientalmente sensíveis e penas mais duras para corrupção, algumas das quais precisarão do envolvimento do Congresso.
Correa disse que o referendo tem como objetivo destruir seu legado. "A luta continua", escreveu no Twitter. "Não podemos aceitar tal ruptura constitucional".