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Espresso Financista: Temporada de resultados e articulação de Temer no Congresso no foco dos mercados

Publicado 04.05.2016, 08:30
Atualizado 04.05.2016, 08:50
© Reuters.  Espresso Financista: Temporada de resultados e articulação de Temer no Congresso no foco dos mercados
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Temer irá propor ao Congresso a independência do Banco Central, segundo o jornal Valor Econômico (Andressa Anholete/AFP)

SÃO PAULO - Bom dia! Aqui está a sua dose diária do Espresso Financista™:

Apito inicial

O senador Antonio Anastasia (PSDB), relator na comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment de Dilma Rousseff, apresenta seu relatório nesta quarta-feira (4), às 13h30, mas o parecer favorável ao afastamento da presidente já está praticamente precificado pelos mercados, que segue focado na estratégia de Michel Temer para seu possível governo e no humor internacional.

A votação da comissão está prevista para acontecer na sexta-feira (6). “O texto do relator Anastasia deve ser aprovado com facilidade. Teremos que aguardar a semana seguinte para que o afastamento temporário seja votado pelos senadores”, Eduardo Roche, gestor da Canepa Asset Management.

No Palácio do Jaburu, o vice-presidente Michel Temer segue a todo vapor com suas estratégias. Ele apoiará que companhias aéreas possam ter 100% de capital estrangeiro, mesmo que a condição não seja a mesma para o Brasil, segundo a Folha de S. Paulo.

O objetivo do vice é atrair investimento para acelerar o crescimento. Inclusive, uma das ideias para apresentar um bom cartão de visitas de sua gestão, também teria relação com o setor aéreo. Temer pretendia usar concessões de aeroportos, mas na semana passada, concessionárias de grandes aeroportos pelo país pediram para a Anac a renegociação de contratos e a suspensão de pagamento. As empresas não têm capacidade de pagar neste momento R$ 2,5 bilhões estimados para 2016.

Na esteira da delicada formação da equipe econômica, Temer irá propor ao Congresso a independência do Banco Central, segundo o jornal Valor Econômico.

Na avaliação do vice, é uma medida que não terá custos para o governo e apresenta um valor extraordinário para o mercado financeiro. A proposta faria com que os mandatos para direção do BC não fossem coincidentes e acrescentaria à missão da instituição o dever de preservar a estabilidade financeira e o emprego.

Também pode repercutir o pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar a presidente Dilma Rousseff. Segundo a Folha de S.Paulo, o pedido está oculto no sistema do STF e será analisado pelo ministro Teori Zavascki, responsável pela Lava Jato no STF.

Se autorizada, a investigação será baseada na delação premiada de Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado e preso pela Polícia Federal por tentar comprar o silêncio de outro envolvido, o ex-diretor da Petrobras (SA:PETR4) Nestor Cerveró.

Janot quer apurar se Dilma tentou obstruir a Justiça, ao supostamente tentar influenciar o resultado de decisões importantes no STF. A presidente também foi flagrada em um grampo telefônico. Na conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma avisa o padrinho político de que estava enviando o termo de posse como ministro da Casa Civil para que Lula usasse "em caso de necessidade". A conversa foi interpretada pela PF como uma tentativa de evitar a prisão de Lula ao lhe conferir foro privilegiado.

O viés externo é negativo. As bolsas chinesas encerraram perto da estabilidade ainda repercutindo os sinais de fraqueza da atividade industrial do país divulgados após o fim do pregão anterior.

As bolsas europeias operam em queda após dados ruins sobre a economia local. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostra um crescimento lento da economia e sugere que o forte programa de estímulo do BCE (Banco Central Europeu) está sustentando a atividade, mas ainda não impulsiona a inflação. As vendas no varejo de março caíram 0,5%, no maior recuo desde julho de 2014.

Os índices futuros norte-americanos seguem a tendência negativa internacional enquanto aguardam a divulgação de indicadores e os preços do petróleo estão praticamente estáveis. No mercado de câmbio, o dólar opera em alta em relação a outras moedas fortes e ante divisas emergentes e relacionadas às commodities. O Dollar Index – que mostra a variação da moeda ante uma cesta de seis divisas fortes – tinha alta de 0,28%.

Por aqui, após o dólar comercial avançar 2,33% e encerrar cotada a R$ 3,5712 na venda, o Banco Central ainda não anunciou leilão de swap reverso – equivalente a compra futura de dólares.

“O dólar deve abrir em alta acompanhando sua congênere do exterior e, para o restante do dia, a agenda americana de hoje será determinante para a precificação da moeda”, afirma Jefferson Luiz Rugik, diretor-superintendente da Correparti Corretora. Entre os dados, destaque para o relatório de emprego do setor privado dos Estados Unidos, que será divulgado às 9h15 (horário de Brasília). A balança comercial norte-americana sairá às 9h30.

O poder e a economia

Dilma investigada - O procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar a presidente Dilma Rousseff.

ICMS - Uma proposta que adia por dois anos a reforma do ICMS e acaba com os benefícios fiscais que não foram aprovados pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) foi apresentada pelo Ministério da Fazenda na terça-feira (3). A ideia não foi bem recebida por todos os secretários da pasta, mas parte deles resolveu levá-la para um grupo de trabalho do conselho. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Gastos - As medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff como o aumento do subsídio do Plano Safra e do Minha Casa Minha Vida, o reajuste do Bolsa Família e da tabela do Imposto de Renda vão causar a elevação dos gastos do governo. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o pacote de “bondades” da petista já aumentou as despesas em R$ 8 bilhões, o que irá afetar as contas do eventual governo do vice-presidente Michel Temer, valor que pode chegar até R$ 10 bilhões, dependendo de novas medidas anunciadas.

PSDB - Mesmo com discurso oficial de que não reivindica nenhum ministério em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, o PSDB quer ocupar o Ministério das Cidades. De acordo com fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o partido teria mencionado o nome do deputado Bruno Araújo. Ontem o senador da sigla Aécio Neves fez críticas, mostrando descontentamento com a formação da equipe ministerial de Temer. Aécio chegou a dizer que o novo governo “se parece muito com aquele que está acabando.

Abatido - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria chateado, deprimido e muito preocupado segundo um de seus melhores amigos. Lula inclusive teria faltado a manifestação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no 1º de maio porque estava rouco e abatido. Além disso, o fato de a presidente Dilma Rousseff ter se atrasado e a pressão da mulher Marisa, que não gosta da petista, convenceram o ex-presidente. Na avaliação de interlocutores, Lula estaria “de saco cheio” de Dilma. A informação é da colunista Mônica Bergamo do jornal Folha de S.Paulo.

Delcídio - Petistas e oposicionistas apoiam a articulação do PMDB do Senado para acelerar o processo de cassação do senador Delcídio Amaral. A intenção é fazer o Conselho de Ética da Casa adotar um rito sumário na votação do pedido contra o ex-petista. Depois de ficar por cerca de um mês parado, o processo ganhou força após a delação premiada de Delcídio acusar importantes núcleos do PSDB, PMDB e PT. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Congresso - O vice-presidente Michel Temer articula uma nova maioria no Congresso Nacional. Em seu ministério numa possível administração, ele terá poucos notáveis e muitos artesãos, acostumados a formar maiorias e garantir votos no Congresso, para viabilizar a aprovação de projetos. A intenção do vice é constituir um grupo de ao menos 308 deputados e 51 senadores, números suficientes para aprovar emendas constitucionais, e para isso procurar amarrar bem os partidos que votaram pelo impeachment. A reportagem é do jornal Valor Econômico.

Mão aberta - O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) negou na terça-feira (3) recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pedia o aumento da multa de R$ 80 mil aplicada ao vice-presidente da República Michel Temer. O peemedebista foi multado por ter feito uma doação acima do limite legal na campanha eleitoral de 2014.

Agenda do impeachment – O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator na comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment de Dilma Rousseff, faz a leitura e apresentação de seu relatório nesta quarta-feira (4), às 13h.

Temer em campanha – O vice-presidente Michel Temer ontem em entrevista exibida na TV Globo que, caso assuma a Presidência, pretende apresentar de imediato medidas econômicas que tenham um impacto positivo para o país.

Câmara parada – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta terça-feira (3), em entrevista coletiva, que o plenário não votará nenhuma proposta que gere despesas até que o Senado vote o impeachment. Cunha disse que um eventual governo de Michel Temer terá o seu apoio total.

Safra – A presidente Dilma Rousseff lança nesta quarta-feira (4) o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017, às 10h, no Palácio do Planalto. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, também participa do lançamento.

Cai não cai – O Conselho de Ética da Câmara tem reunião nesta quarta-feira para continuar a fase de instrução do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O relator Marcos Rogério (DEM-RO) vai fazer um balanço do andamento dos trabalhos.

O que acontece no mundo corporativo

Lucro - A gigante de bebidas Ambev (SA:ABEV3) teve lucro líquido ajustado de R$ 2,9 bilhões de janeiro a março, queda de 2,4% sobre o mesmo período do ano anterior, informou nesta quarta-feira (4).

Descontão - A Gol vai propor a detentores de bônus uma redução de até 70% no valor de face de alguns de seus títulos, em um plano para enfrentar a recessão brasileira e a queda na demanda por transporte aéreo no país.

Dólar a favor - O lucro líquido da BR Properties (SA:BRPR3) subiu 254% no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado, e somou R$ 106,6 milhões. O resultado, porém, não reflete a piora de linhas operacionais, como a queda de receitas e do ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), e foi sustentado por resultados financeiros decorrentes de variação cambial.

Saldão - A Petrobras anunciou que fechou a venda de dois ativos internacionais nesta terça-feira (3). A companhia vendeu sua participação na Petrobras Argentina por US$ 892 milhões e na Petrobras Chile por US$ 490 milhões, arrecadando aproximadamente US$ 1,4 bilhão.

Asap - O Tribunal de Justiça de Sergipe revogou a proibição do Whatsapp no Brasil. A decisão, do desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, reconsidera a do juiz plantonista Cezário Siqueira Neto, que havia negado a liberação do uso da ferramenta.

Reparação - O Ministério Público Federal ingressou com uma ação civil pública contra a Samarco, suas donas, Vale e BHP Billiton, a União e Estados na qual pede reparação de danos com valor estimado em R$ 155 bilhões devido ao rompimento da barragem em Mariana (MG).

Haja dinheiro - A hidrelétrica de São Manoel, em construção entre Mato Grosso e Pará, deverá demandar ainda aportes de R$ 330 milhões da EDP (SA:ENBR3) Brasil até 2017, afirmou o diretor vice-presidente financeiro da companhia, Henrique Manuel Freire, em teleconferência com investidores.

Comprar ou vender?

Revisão - O Credit Suisse elevou o preço-alvo para as ações da Gerdau (SA:GGBR4) (GGBR4) de R$ 4,50 para R$ 8,50, um aumento de 89%. Mesmo com a revisão, a recomendação ainda é “neutra” e a expectativa é que o resultado do primeiro trimestre de 2016 da siderúrgica fique aproximadamente 20% abaixo do consenso do mercado colhido pela Bloomberg.

Para comentar mais tarde

A economia em maio: Dilma vai, a crise fica e o otimismo volta. Maio será um mês em que o mercado testará sua capacidade de manter o equilíbrio entre o otimismo com o praticamente certo governo de Michel Temer, e a cautela de reconhecer que a crise econômica não desaparecerá magicamente, assim que Dilma Rousseff for afastada pelo Senado por até 180 dias, para que a Casa julgue seu pedido de impeachment. Mesmo que a maior parte dos analistas afirme que Dilma não voltará mais ao Palácio do Planalto, a petista deixará um presente de grego para seu sucessor: uma recessão embrulhada na faixa presidencial. Leia mais na reportagem de Márcio Juliboni, de O Financista.

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