WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta segunda-feira que seu genro Jared Kushner irá assumir um cargo na Casa Branca para supervisionar uma ampla reformulação do governo, segundo reportagem do jornal Washington Post, citando declarações de ambos.
Kushner, que é casado com Ivanka Trump e atualmente trabalha como conselheiro sênior, irá comandar o recém-criado Escritório de Inovação Americana da Casa Branca com a meta de alavancar ideias de negócios e potencialmente privatizar algumas funções do governo, disse o jornal.
"O governo deveria ser administrado como uma grande empresa americana. Nossa esperança é conseguir obter sucesso e eficiência para nossos clientes, que são os cidadãos", disse Kushner ao Washington Post em entrevista.
Algumas das áreas nas quais ele irá se concentrar são a assistência aos veteranos de guerra, vício em opiáceos, tecnologia e infraestrutura de dados e treinamento e infraestrutura de mão de obra, de acordo com a reportagem.
Em um comunicado ao jornal, Trump disse: "Prometi ao povo americano que iria produzir resultados, e aplicar minha mentalidade 'antes do prazo, abaixo do orçamento' ao governo".
Representantes da Casa Branca não responderam de imediato a um pedido de confirmação da notícia.
A medida vem a público poucos dias depois de Trump sofrer seu primeiro grande revés no Congresso desde que tomou posse em janeiro -- colegas republicanos desistiram de uma nova lei de saúde depois de anos prometendo anular a legislação implantada pelo ex-presidente Barack Obama em 2010.
O anúncio também deve ocorrer uma semana depois de Ivanka receber seu próprio escritório na Casa Branca, além do acesso a informações confidenciais e um telefone do governo, apesar de assessores terem dito que ela não assumiria nenhuma função na administração de seu pai.
Segundo o Post, assessores disseram que ela irá colaborar com o escritório de inovação de Kushner, mas não terá um cargo oficial.
Kushner tem sido uma presença constante ao lado do sogro e já havia sido liberado pelo Departamento de Justiça para atuar como conselheiro sênior da Casa Branca, embora democratas tenham mostrado preocupação com possíveis conflitos de interesse.
Ele já era encarregado de uma série de responsabilidades em questões de política nacional e externa, entre eles um acordo de paz para o Oriente Médio, e irá continuar a exercer seus vários papeis mesmo assumindo as novas tarefas, afirmou o Post.
(Por Susan Heavey)