SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal anunciou nesta quinta-feia uma forte elevação nas alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis, prevendo uma injeção de 10,4 bilhões de reais nos cofres públicos, e um contingenciamento adicional de 5,9 bilhões de reais no Orçamento, buscando assegurar o cumprimento da meta fiscal em meio à ainda cambaleante recuperação econômica.
Veja abaixo comentários de economistas às medidas do governo.
FLÁVIO SERRANO, ECONOMISTA-SÊNIOR, BANCO HAITONG:
"Seria melhor se ele (governo) tivesse optado apenas por reduzir gastos, só fazendo o contingenciamento. Ao optar por também fazer ajuste com PIS/Cofins, o governo tem maior controle do impacto sobre a inflação. Ele sabe quanto vai aumentar a gasolina e qual vai ser o efeito sobre o IPCA. Aproveitaram o ambiente de inflação baixa para fazer o reajuste, concentrando o impacto em 2017, ano em que a inflação está já rodando abaixo do piso da meta."
JOSÉ FRANCISCO DE LIMA GONÇALVES, ECONOMISTA-CHEFE, BANCO FATOR:
"O aumento de imposto era esperado e a escolha de PIS/Cofins se deu pela conveniência porque é rápido e não precisa dividir com os Estados. Com a inflação baixa, terá efeito limitado sobre os preços e expectativas à frente."
SILVIO CAMPOS NETO, ECONOMISTA, TENDÊNCIAS CONSULTORIA:
"Era uma decisão esperada, mas foi um reajuste bastante forte e indica que o governo está comprometido com a meta fiscal, que ainda é bastante desafiadora. Sem dúvida o aumento das alíquotas traz um impacto para a inflação, mas há um espaço para absorver esse reajuste. A nossa projeção para inflação é de 3,6 por cento neste ano, e esse anúncio deve provocar uma alteração marginal nesse número."
(Por Claudia Violante e Luiz Guilherme Gerbelli; Edição de Alexandre Caverni; Edição de)