RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo vai promover uma revisão do planejamento do setor elétrico com o objetivo de eliminar do horizonte usinas de geração e linhas de transmissão de energia que foram licitadas mas não têm mais viabilidade, em um esforço para entender a real demanda por nova capacidade, afirmou nesta terça-feira uma autoridade do Ministério de Minas e Energia.
Esse processo deve ser concluído antes da realização de novos leilões de geração, disse a jornalistas o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta, Eduardo Azevedo, após participar de evento do setor de energia eólica no Rio de Janeiro.
"A gente tem números que não necessariamente são os reais. Tem muita energia de papel que não necessariamente será energia real, estamos avaliando que empreendimentos são esses e qual a real necessidade do mercado, para que a gente possa fazer os leilões", explicou.
O secretário disse que a primeira medida tomada no âmbito dessa revisão foi o adiamento do leilão de linhas de transmissão, antes previsto para 2 de setembro e agora reagendado para 28 de outubro.
"Se colocarmos muitos lotes e tivemos poucos interessados, o mercado é que vai escolher (os projetos a serem construídos) e não o governo. Estamos vendo uma maneira de tornar mais competitivo", afirmou.
Segundo Azevedo, está prevista a revisão da receita oferecida aos investidores.
Ele também disse que o governo entende que deu uma sinalização positiva aos investidores de energia eólica ao manter agendado um leilão para contratar nova capacidade de geração, em dezembro, que envolverá projetos dessa fonte e usinas solares, mas não quis dar detalhes sobre o nível de contratação esperado para o certame.
"A manutenção desse leilão, em um ambiente de crise em que teoricamente sobra energia, é uma sinalização positiva", afirmou.
(Por Luciano Costa)