Por James Oliphant
WHITE PLAINS, Estados Unidos (Reuters) - A candidata presidencial democrata Hillary Clinton acusou seu rival republicano Donald Trump nesta segunda-feira de ajudar militantes do Estado Islâmico a recrutarem mais combatentes depois que incidentes com bombas em Nova York e Nova Jersey ganharam predominância na campanha.
Tanto Hillary quanto Trump tentaram usar os ataques para exibir suas credenciais no quesito segurança nacional no momento em que líderes de todo o mundo se reúnem sob segurança reforçada em Nova York para a reunião anual da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Falando a repórteres em White Plains, Nova York, Hillary exortou os norte-americanos a ficarem calmos, mas vigilantes.
Em um comunicado, a campanha de Trump acusou a Casa Branca de minimizar a ameaça representada pelo Estado Islâmico.
O tema ganhou peso na campanha eleitoral após um final de semana de incidentes com bombas além de esfaqueamentos múltiplos no centro de Minnesota.
Hillary citou comentários do ex-diretor de inteligência dos EUA Michael Hayden, que disse que os militantes do Estado Islâmico estão usando a retórica de Trump para atrair combatentes. Segundo ela, Hayden disse que seu adversário é um sargento de recrutamento para terroristas.
Trump passou boa parte do ano passado pedindo que os muçulmanos fossem proibidos de entrar nos EUA.
No dia 31 de agosto, ele afirmou que, se eleito, irá suspender a imigração de "lugares como a Síria e a Líbia" e que irá ordenar que se formule uma lista de regiões e países dentro os quais "a imigração deve ser suspensa até que mecanismos de verificação comprovados e eficazes possam ser adotados".
A ex-primeira-dama disse que as palavras de Trump estão ajudando o Estado Islâmico porque eles querem recrutar mais combatentes para sua causa "transformando-a em um conflito religioso... eles estão tentando fazer disto uma guerra contra o islã", disse ela.
O foco reajustado para o terrorismo surge no momento em que Hillary e Trump se preparam para seu primeiro debate na próxima segunda-feira na Universidade Hofstra em Hempstead, Nova York.
A campanha do magnata reagiu ao ataque de Hillary dizendo que ela tem alguma responsabilidade pela violência por não ter persuadido o presidente democrata, Barack Obama, a deixar uma força residual de soldados norte-americanos no Iraque quando era secretária de Estado dos EUA.
(Reportagem adicional de Ginger Gibson, Alana Wise de Emily Stephenson em Washington)