Por John Davison
CAIRO (Reuters) - O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, está a caminho de uma grande vitória eleitoral sem nenhuma oposição verdadeira, mas resultados iniciais mostraram um comparecimento mais baixo do que aquele que o levou ao poder em 2014, apesar dos esforços para levar mais egípcios às urnas.
Já se previa que a votação desta semana renderia um segundo mandato a Sisi, tendo vindo na esteira de uma operação repressiva contra concorrentes perigosos que só deixou no páreo um rival visto como um candidato de fachada.
Críticos dizem que a disputa lembrou o tipo de votação que manteve autocratas árabes no poder durante décadas antes da Primavera Árabe de 2011.
Dado que a eleição foi encarada por muitos, incluindo Sisi, como um referendo de sua Presidência, o foco está no comparecimento, que ele necessita para poder combater militantes islâmicos e impulsionar reformas econômicas rigorosas.
Críticos afirmam que a austeridade e a repressão inédita contra a dissidência erodiram a popularidade do presidente, mas apoiadores dizem que tais medidas são necessárias para estabilizar a nação do norte africano depois dos anos de tumultos que se seguiram à revolta popular de 2011.
O ex-comandante militar derrubou o islâmico Mohamed Mursi, o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, devido aos protestos ocorridos contra seu governo em 2013, e foi eleito no ano seguinte.
Estimativas iniciais da mídia estatal divulgadas nesta quinta-feira mostraram que o comparecimento dos três dias de votação ficou um pouco acima dos 40 por cento, bem menos do que os 47 por cento de 2014. Sisi deve vencer com mais de 92 por cento dos votos, relatou a mídia estatal – ele venceu com 97 por cento das urnas da primeira vez.
Os resultados finais são esperados para 2 de abril.