Por Tatiana Ramil
SÃO BERNARDO DO CAMPO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou deixar na tarde deste sábado a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, 24 horas depois de expirar o prazo dado pelo juiz Sérgio Moro para que se apresentasse à Polícia Federal, mas foi impedido por um grupo de simpatizantes.
Lula anunciou mais cedo que se apresentaria às autoridades. Moro havia dado prazo até as 17h de sexta-feira para que o ex-presidente se entregasse em Curitiba, para começar a cumprir pena de prisão após condenação no caso do tríplex do Guarujá, no litoral paulista.
De acordo com imagens de TV, Lula estava no carro acompanhado pelo advogado Cristiano Zanin, mas ao tentar sair por um dos portões do sindicato, simpatizantes avançaram contra as grades e o carro teve que recuar.
Por volta das 16h simpatizantes de Lula que permaneceram no sindicato após o discurso dele de manhã resolveram formar um cordão humano nos dois portões de saída do local. Em um dos portões, chegaram a colocar grades e arames para impedir a saída do petista.
“É a vontade dele (se entregar), mas nós não vamos deixar”, gritou um dos apoiadores.
Lula está desde a noite de quinta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, acompanhado por familiares, militantes do PT, integrantes do sindicato, parlamentares e simpatizantes.
O petista recebeu pena de 12 anos e 1 mês de prisão por receber o imóvel como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras (SA:PETR4). Lula nega ser dono do tríplex, assim como quaisquer irregularidades.