BRASÍLIA (Reuters) - Alguns líderes na Câmara dos Deputados já indicaram os nomes de suas bancadas que irão integrar a comissão especial que analisará a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
O prazo para a apresentação dos nomes de cada partido, que se encerraria ao meio-dia, foi estendido até o início da tarde desta quinta-feira. Os deputados devem eleger ainda nesta tarde a comissão especial, que pode inclusive ser instalada em seguida.
Composta por 65 membros, a comissão será responsável por formular um parecer sobre o impedimento da presidente, que posteriormente será apreciado em votação nominal no plenário da Câmara.
O partido da presidente, o PT, tem direito a oito assentos na comissão, e indicou os deputados José Geraldo (PA), Pepe Vargas (RS), Arlindo Chinaglia (SP), Henrique Fontana (RS), José Mentor (SP), Paulo Teixeira (SP), Vicente Cândido (SP) e Wadih Damous (RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro.
O PMDB, que no ano passado chegou a rachar por conta da discussão sobre os nomes que seriam indicados, divulgou a lista de seus oito deputados que irão integrar a comissão, com cinco representantes da ala governista e três da corrente oposicionista da bancada.
O próprio líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ), será um dos integrantes, acompanhado de José Priante (PA), João Marcelo Souza (MA), Washington Reis (RJ), Valtenir Pereira (MT), Lúcio Vieira Lima (BA), Osmar Terra (RS) e Mauro Mariani (SC).
Se os deputados decidirem que a denúncia não deve ser objeto de deliberação, o pedido de impeachment é arquivado. Um eventual parecer favorável ao impeachment precisa ser aprovado no plenário pelos votos de 342 deputados para então ser encaminhado ao Senado.
O PSDB, da oposição, terá seis integrantes --Carlos Sampaio (SP), Bruno Covas (SP), Nilson Leitão (MT), Paulo Abi-Ackel (MG), Rossoni (PR) e Shéridan (RR)-- enquanto o DEM contará com três deputados --Mendonça Filho (PE), Rodrigo Maia (RJ) e Elmar Nascimento (BA). O PR e o PSD, terão quatro integrantes, cada, assim como o PSB.
Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve o rito do impeachment definido no ano passado, ao rejeitar recursos apresentados pela Câmara dos Deputados. O posicionamento final da Corte abriu caminho para que o processo do impeachment caminhe na Casa.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Marcela Ayres)