Por Leonardo Goy e Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) deve ser confirmado na próxima semana pelo Palácio do Planalto como novo ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, na última etapa das negociações entre o Palácio do Planalto para aumentar o apoio da bancada do PMDB da Câmara, confirmaram à Reuters três fontes peemedebistas que acompanham o tema.
A indicação de Lopes será fechada em uma reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), na próxima terça-feira.
Indicado pela bancada mineira do partido em troca da retirada da candidatura de Leonardo Quintão (MG) à liderança da bancada peemedebista na Casa, Lopes tem a chancela de Picciani, o que garantiu sua indicação.
“O que tem peso é a indicação do Picciani. A presidente vai nomear quem ele chancelar”, disse à Reuters uma fonte palaciana, que também confirmou que Lopes deve ser o novo titular da Aviação Civil.
Interlocutores do deputado mineiro confirmam que ele foi sondado, mas o convite formal ainda não foi feito. Isso deve acontecer depois do encontro de Dilma com Picciani, mas Lopes já declarou que, uma vez convidado, irá aceitar.
De acordo com uma das fontes peemedebistas, não há outro nome a ser indicado pelo partido.
A negociação para indicação do parlamentar mineiro foi negociada no início de janeiro, depois de Eliseu Padilha ter pedido demissão, em dezembro, incomodado com o tratamento dado pelo Planalto ao vice-presidente Michel Temer, de quem é muito próximo.
Dilma, no entanto, preferiu esperar a conclusão do processo de escolha do líder do PMDB na Câmara para garantir que os acordos que ajudaram a assegurar a recondução de Picciani na liderança seriam cumpridos.
Além disso, se o eleito fosse Hugo Motta (PB), que concorreu contra Picciani na disputa interna do PMDB, as negociações teriam que ser feitas para reacomodar a parte vencedora do partido, informaram à Reuters as fontes da legenda.
O deputado fluminense venceu a disputa pela liderança por 37 votos a 30, uma margem maior do que a calculada por ele e pelo próprio Planalto, o que foi visto como um bom sinal para o governo, com uma parte maior do partido disposto a se manter na base aliada. Por outro lado, há a avaliação de que Picciani ainda precisará trabalhar para unificar o PMDB.
A indicação de mais um deputado peemedebista para o ministério --que já conta com Marcelo Castro na Saúde e Celso Pansera na Ciência e Tecnologia, ambos nomes próximos a Picciani-- seria mais uma mostra de que o líder tem um bom trânsito com a presidente e pode abrir caminhos para o PMDB da Câmara, analisou uma das fontes do partido.
Uma vez confirmado no cargo, Lopes terá a tarefa de conduzir mais um lote de concessões de aeroportos à iniciativa privada, dentro de um pacote que o governo considera chave para a estratégia de retomada do crescimento do país.
Ainda no primeiro semestre deste ano o governo pretende licitar os aeroportos de Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e Fortaleza. Os vencedores das licitações deverão investir cerca de 7,2 bilhões de reais nos aeroportos.