LONDRES (Reuters) - A ministra do Interior da Grã-Bretanha, Amber Rudd, se viu sob crescente pressão neste domingo depois que seu depoimento sobre a deportação de imigrantes provocou novos pedidos por sua renúncia.
O jornal The Guardian publicou uma carta de Rudd à primeira-ministra Theresa May no ano passado, na qual ela traçou o objetivo "ambicioso, mas passível de entrega" de aumentar a deportação forçada de imigrantes.
Mais cedo, o ex-vice-ministro de Rudd disse que chegou a discutir com ela tratativas para aumentar o número de deportações, mas ele lembrou que o aumento era uma ambição e não um alvo.
A controvérsia em torno de uma das aliadas mais próximas de May coincide com a Grã-Bretanha participando de negociações cruciais a respeito do futuro acordo comercial com a União Europeia e em meio à crescente tensão interna sobre a política do Brexit.
Nas últimas duas semanas, ministros britânicos tiveram dificuldade para explicar por que alguns descendentes da chamada geração "Windrush", pessoas oriundas de países caribenhos e convidadas a viver na Grã-Bretanha para cobrir a escassez de mão-de-obra entre 1948 e 1971, estão sendo privados de direitos básicos devido à dificuldade de documentação.
O escândalo ofuscou a cúpula da Commonwealth em Londres no início deste mês e levantou questões sobre a passagem de seis anos de May como ministra do Interior antes de se tornar primeira-ministra após o referendo Brexit de 2016.
O governo pediu desculpas pelo fiasco, prometeu cidadania e compensação aos afetados, inclusive às pessoas que perderam seus empregos, foram ameaçadas de deportação e tiveram benefícios negados por causa dos erros.
Mas mais de 200 parlamentares, principalmente da oposição, escreveram à primeira-ministra pedindo que as promessas sejam transformadas em lei "sem demora".
A carta acusa Rudd de inventar uma política "no casco" para desarmar a situação.
(Por Andrew MacAskill)