Por Marco Aquino e Mitra Taj
LIMA (Reuters) - O ministro das Finanças do Peru, David Tuesta, renunciou ao cargo na segunda-feira, quando motoristas de caminhão e de ônibus cancelaram um grande protesto contra um aumento de impostos sobre combustíveis determinado por ele, e o presidente do país prometeu concentrar seu foco no recebimento de impostos devidos por grandes empresas.
A renúncia de Tuesta é o maior contratempo para o presidente peruano, Martín Vizcarra, desde que ele tomou posse no final de março substituindo Pedro Pablo Kuczynski, um ex-investidor de Wall Street que entregou o cargo devido a um escândalo de corrupção.
A decisão de Tuesta de aumentar os impostos sobre a venda do diesel e outros combustíveis no momento em que os preços do petróleo sobem nos mercados globais desencadeou protestos no sul do Peru no mês passado, e organizadores chegaram a ameaçar realizar manifestações maiores e por tempo indeterminado a partir desta terça-feira.
Em um pronunciamento na televisão no final da noite, Vizcarra disse ter aceitado a renúncia de Tuesta como parte de uma mudança na política fiscal.
"O crescimento do país será obtido graças a investimentos e uma arrecadação (fiscal) melhor, não ao aumento dos impostos", disse.
Mas Vizcarra não disse se seu governo reverterá os impostos mais altos sobre combustíveis. Ao invés disso, ele mirou o foco de sua iniciativa de taxação nas grandes companhias.
"Foram identificadas grandes empresas que devem ao Estado o equivalente a mais de um por cento do PIB, rendas necessárias para o desenvolvimento de obras públicas e políticas que beneficiam todos os peruanos", afirmou.
Vizcarra não mencionou nenhuma das empresas, mas prometeu criar uma comissão especial para tratar do assunto.
Mais cedo na segunda-feira, representantes de motoristas de caminhão e de ônibus anunciaram que concordaram em desistir dos planos de uma greve indefinida contra os impostos de combustíveis mais altos depois de chegarem a um acordo com autoridades do governo Vizcarra.
Não ficou claro se a renúncia de Tuesta fez parte do acordo. O Ministério das Finanças não estava disponível de imediato para comentar.