BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Cultura interino João Batista de Andrade pediu demissão nesta sexta-feira do cargo que ocupava desde maio, com a saída do PPS e do então ministro Roberto Freire do governo após denúncias a partir de delações e áudios de executivos do grupo J&F, que controla a JBS (SA:JBSS3).
A Secretaria de Imprensa da Presidência confirmou que a carta de demissão do ministro interino chegou ao Planalto. Filiado ao PPS, Andrade afirma na carta que não tem intenção em ser efetivado no posto.
“Comunico a Vossa Excelência, respeitosamente, o meu desinteresse em ser efetivado como ministro de Estado da Cultura”, diz Andrade na carta.
“Confirmo a minha disposição para contribuir de forma mais proativa possível com a transição de gestão do Ministério da Cultura”, acrescenta.
Segundo a mídia, o presidente Michel Temer teria a intenção de tirar o Ministério da Cultura do PPS em retaliação à decisão do partido de deixar o governo e a duras declarações de Freire pedindo a renúncia do presidente.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, outro ministro da sigla, no entanto, decidiu permanecer no posto “pela relevância de sua área de atuação de segurança do Estado brasileiro neste momento de crise e indefinições”
Andrade é cineasta, já foi secretário de Cultura do Estado de São Paulo e presidente da Fundação Memorial da América Latina.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)