BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Napoleão Nunes Maia Filho abriu nesta sexta-feira divergência com o relator do julgamento da chapa Dilma-Temer, Herman Benjamin, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e votou para absolver a coligação das acusações de ter cometido abuso de poder político e econômico na eleição de 2014.
Em um voto de pouco mais de 30 minutos, Maia reforçou a sua posição de excluir as provas referentes à Odebrecht e dos depoimentos feitos pelos marqueteiros João Santana e Mônica Moura do processo e teceu fortes críticas ao uso de falas de delatores na ação, a quem ironizou chamando-os de "paladinos da verdade".
"O meu voto é no sentido de não dar por provada à imputação. Não dou por provada. Vou divergir do voto do relator. Divirjo do voto apresentado pelo relator", disse Nunes Maia, que não fundamentou o voto pela rejeição de todos os pontos elencados pelo relator.
O ministro também destacou que esse tipo de ação não pode ter uma investigação sem limites, devendo se restringir aos limites da ação movida pelo PSDB em até 15 dias após a diplomação da chapa vencedora.
"O critério mais seguro para se julgar esta ação é adstringir aquilo que foi pedido e não virtualmente ao que foi pedido, porque no pedido virtual está tudo", argumentou.
Ele disse que esse tipo de ação não pode ter um rito de apuração semelhante a uma investigação de paternidade.
(Reportagem de Ricardo Brito, Maria Carolina Marcello e Leonardo Goy) 2017-06-09T214554Z_1_LYNXMPED58216_RTROPTP_1_BRAZIL-POLITICS.JPG