BRASÍLIA (Reuters) - O projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras (SA:PETR4) de ser a única operadora de todos os blocos de exploração de blocos de petróleo na camada pré-sal só deve ser votado na Câmara dos Deputados a partir de agosto, disse o relator da matéria, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).
O parlamentar fez a previsão após avaliar que o atual clima político na Casa, com muitas articulações para a eleição à presidência da Câmara após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao posto, e a proximidade do recesso branco devem adiar a análise da proposta para o mês que vem.
"Acho muito difícil", disse Aleluia a jornalistas quando indagado sobre a possibilidade da proposta ser votada em plenário ainda antes do recesso branco, que começa na sexta-feira desta semana. Após isso, as deliberações legislativas só serão retomadas em agosto.
A proposta, de autoria do senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), retira a obrigatoriedade da Petrobras ser operadora única dos blocos do pré-sal, mas dá a estatal a preferência na escolha sobre ser a operadora desses blocos.
A matéria já foi aprovada em comissão especial da Câmara e agora precisa passa pelo plenário da Casa. Se for aprovada sem sofrer alterações, irá à sanção do presidente interino Michel Temer.
A alteração é vista como prioritária pelo governo interino e já foi defendida pelo presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente.
A oposição a Temer, capitaneada pelo PT, critica a proposta de mudança e a classifica como uma tentativa de "entregar" o petróleo do pré-sal a petrolíferas multinacionais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)