Por Laila Kearney
NOVA YORK (Reuters) - Nova York está se preparando para receber na quinta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de volta à sua cidade natal pela primeira vez desde a posse em janeiro, uma visita que deve gerar protestos e complicar o trânsito na cidade mais populosa dos Estados Unidos.
A viagem pode provocar uma repetição dos caóticos dois meses e meio transcorridos entre a eleição do empresário do setor imobiliário em 8 de novembro do ano passado e sua posse em 20 de janeiro, quando multidões de manifestantes e admiradores se juntaram diante de seu escritório, a Trump Tower, localizada na Quinta Avenida.
Os primeiros dias do governo Trump foram de retórica agressiva e tentativas de repressão à imigração, além da revogação de regulamentações ambientais, e grande parte destas ações causou incômodo na metrópole liberal do nordeste do país.
Ativistas anti-Trump, alguns dos quais organizaram passeatas em toda a nação desde a surpreendente vitória eleitoral do magnata, estão planejando manifestações barulhentas para marcar a volta do empresário.
"Uma recepção muito quente está sendo planejada para o senhor Trump", disse Alexis Danzig, membro do Levante e Resista, um grupo informal de ativistas que se formou com a chegada do republicano ao poder. "Iremos com força total para expressar nossas queixas".
Os negócios e as desventuras românticas de Trump renderam assunto constante nos tablóides da cidade nos anos 1980 e 1990, e seu reality show "O Aprendiz" o apresentou ao mundo como o retrato acabado do negociador nova-iorquino nos anos 2000.
Embora a marca Trump seja associada mundialmente com Nova York, menos de um de cada cinco de seus habitantes votou no empresário.
O prefeito Bill de Blasio e o governador Andrew Cuomo, ambos democratas, disseram que sua postura em relação aos imigrantes se choca com uma cidade na qual quase um terço da população nasceu no exterior.
Os manifestantes planejam se reunir na quinta-feira perto do Museu Intrépido Mar, Ar e Espaço, um porta-aviões fora de atividade onde Trump e o primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, devem ter seu primeiro encontro pessoal. Uma das últimas conversas da dupla foi um telefonema tenso em janeiro.
A polícia de Nova York não quis dar detalhes de seus preparativos para a visita presidencial e os protestos planejados para a ocasião.
(Reportagem adicional de Jonathan Allen)