Por Mateus Maia
BRASÍLIA (Reuters) - O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro do Desenvolvimento Social do presidente Michel Temer, e o também deputado Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG) ocuparão as pastas da Cidadania e do Turismo no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, anunciaram nesta quarta-feira o próprio Terra e o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Terra deixou o ministério no governo Temer neste ano para disputar a reeleição a uma cadeira de deputado federal, tendo sucesso. Já Álvaro Antonio foi o mais votado para uma cadeira de deputado federal em Minas e é o primeiro nome do PSL, partido de Bolsonaro, no ministério.
Em entrevista a jornalistas na sede da transição de governo em Brasília, Onyx garantiu que os dois nomes não foram indicações de partidos, mas de bancadas ligadas aos setores de cada pasta, estratégia que tem sido adotada por Bolsonaro e por sua equipe na montagem do futuro governo, que assumirá em 1º de janeiro.
"O deputado Marcelo Álvaro Antonio foi apoiado por todo o seguimento do turismo no Brasil, pela frente parlamentar em defesa do turismo. Estiveram todos presentes trazendo a sua solidariedade ao nome do deputado Marcelo Álvaro Antonio", disse Onyx a jornalistas.
"O deputado Osmar Terra, médico com grande atuação na área, história de êxitos desde o primeira infância melhor, passando pelo próprio ministério num mandato que foi reconhecido, elogiado por todos", acrescentou o futuro chefe da Casa Civil de Bolsonaro, afirmando que Terra teve apoio de bancadas como a feminina e da assistência social.
Mais cedo, Bolsonaro anunciou no Twitter (NYSE:TWTR) o nome de Gustavo Canuto como futuro ministro do Desenvolvimento Regional, pasta que englobará as competências exercidas atualmente pelos ministérios das Cidades e da Integração Nacional.
Pouco antes da entrevista de Onyx, Terra também afirmou que sua indicação ao ministério não se deu por sugestão do MDB, mas sim de bancadas parlamentares dos setores relacionados ao desenvolvimento social.
"Não (foi indicação do MDB). Foi um movimento das frentes parlamentares. Frente parlamentar da assistência social, frente parlamentar das pessoas com doenças raras, frente parlamentar da primeira infância, dos deficientes, dos idosos, se juntaram todas as frentes que têm a ver com essa aérea e deram respaldo", disse Terra.
Ele explicou que o Ministério da Cidadania englobará as atividades feitas hoje por Esportes, Cultura e Desenvolvimento Social, pasta que comandou durante a maior parte do governo Temer.
BOLSA FAMÍLIA
Terra, que na futura gestão também terá entre suas atribuições a gestão do Bolsa Família, função que também exerceu sob Temer, afirmou que o foco do programa social no governo Bolsonaro será o de geração de emprego e renda.
"O Bolsa Família vai ser um programa que vai estimular muito a questão de geração de emprego e renda, por orientação do presidente, também. Principalmente para os jovens do Bolsa Família. E enfim, vai se integrar melhor com outros programas, até com a área de esportes também", afirmou Terra.
Ele defendeu ainda um "pente fino" permanente para evitar fraudes no Bolsa Família e fazer com que o programa atenda a quem realmente precisa dele, como foi feito durante sua gestão no Ministério do Desenvolvimento Social, afirmou.
Terra disse ainda que será cumprida a promessa feita por Bolsonaro na campanha eleitoral de um equivalente a um 13º salário aos beneficiários do Bolsa Família. Ele afirmou, no entanto, que um reajuste no benefício pago pelo programa em 2019 ainda não está definido.
"O presidente pediu isso e vai ser cumprido. Até com esse ajuste que se fez de saírem aqueles que não precisavam do programa, é mais fácil conseguir o recurso para o 13º também", disse o futuro ministro.