BERLIM (Reuters) - Os parceiros de coalizão da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a acusaram nesta segunda-feira de estar ficando sem ideias e de acelerar o declínio europeu, depois que a líder conservadora anunciou que vai concorrer a um quarto mandato nas eleições parlamentares do ano que vem.
O SPD, partido social-democrata, de centro-esquerda, parceiros minoritários dos conservadores de Merkel na chamada “grande coalizão” de governo, acusou a chanceler de, segundo eles, um “desempenho bem fraco” no anúncio da sua candidatura no fim do domingo.
Ao dizer que vai buscar um quarto mandato, Merkel na prática disparou o tiro de largada da campanha para a eleição de setembro, apesar de ela precisar governar com o SPD até lá.
"Eu não consigo ver como Angela Merkel quer melhorar esse país e prepará-lo para desafios futuros”, disse Katarina Barley, secretária-geral do SPD, à imprensa, acrescentando que a chanceler ficou sem força depois de quase 12 anos no poder.
O presidente do SPD, Sigmar Gabriel, que é também ministro da Economia e vice-chanceler, acusou Merkel e o ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, de negligenciar a integração europeia.
"Doze anos de Merkel e Schaeuble não interromperam o declínio da Europa, eles ao contrário o aceleraram”, disse Gabriel em entrevista a uma rede de jornais regionais que será publicada na terça-feira. O SPD participa da “grande coalizão” com os conservadores há quase oito anos.