BERLIM (Reuters) - O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), legenda integrante da coalizão da chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta terça-feira que ainda precisa avaliar um acordo sobre políticas migratórias que a líder fechou com seus aliados da Baviera para salvar seu governo de apenas três meses.
O acordo entre a União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, e seus aliados bávaros da União Social-Cristã (CSU (SA:CARD3)) prevê zonas de trânsito especial na fronteira da Alemanha com a Áustria onde imigrantes já registrados em outros países da União Europeia serão mantidos.
Eles então seriam enviados de volta, embora a Áustria ainda não tenha concordado com isso e tenha sinalizado possíveis objeções dizendo que precisaria proteger suas fronteiras com a Itália e a Eslovênia se o acordo alemão entrar em vigor.
A nova política que aumenta as restrições para imigrantes é um meio-termo que permitiu que Merkel e o líder da CSU, Horst Seehofer, pusessem fim a uma disputa sobre imigração que tem ameaçado sua coalizão governista.
Merkel disse que o acordo mostra que a Alemanha não está simplesmente tomando ações unilaterais, mas trabalhando com seus parceiros da Europa.
Seehofer, que também é ministro do Interior e que defende controles mais rígidos nas fronteiras do país, provocou incerteza nos últimos dias ao ameaçar renunciar ao cargo, mas depois voltou atrás. Agora, ele disse que continuará como chefe da pasta.
A disputa destacou as profundas divergências dentro da Europa sobre como lidar com os imigrantes que têm chegado ao continente nos últimos três anos.
Seehofer disse que irá a Viena em breve e que já conversou com o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, por telefone. "Tenho a impressão de que ele está interessado em uma solução sensata", disse antes de um evento do partido.
(Reportagem de Madeline Chambers)