🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

PF mira BRF em nova fase da operação Carne Fraca e prende ex-presidente Pedro Faria e mais 10

Publicado 05.03.2018, 12:23
Atualizado 05.03.2018, 12:30
© Reuters. Logo da processadora de carnes BRF em São Paulo,  Brasil
IBOV
-
BBAS3
-
BRFS3
-
JBSS3
-
PETR4
-

Por Pedro Fonseca e Gabriela Mello

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira o ex-presidente da BRF (SA:BRFS3) Pedro Faria e mais 10 pessoas em nova fase da operação Carne Franca, que contou ainda com mandados de condução coercitiva de outras 27 pessoas.

Faria era presidente da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, até o final do ano passado, em uma reformulação da administração da empresa que teve o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, como um dos principais promotores.

Os mandados envolvem prisões temporárias. Além de Faria foi preso Hélio dos Santos Júnior, que na semana passada renunciou do posto de vice-presidente de operações globais. A BRF é a maior exportadora de carne de frango do mundo e desde o início da operação Carne Fraca, no começo de 2017, os resultados da companhia têm sido atingidos pelo escândalo, que impactou as exportações do Brasil uma vez que vários países, incluindo a China, que suspenderam importações de produtos de proteína brasileiros.

As ações da BRF despencavam mais de 11 por cento às 10h55, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 0,7 por cento. A rival JBS (SA:JBSS3) recuava 4 por cento.

Segundo o delegado da PF encarregado das investigações, Maurício Moscardi Grillo, a BRF não tomava todos os cuidados sanitários necessários, e executivos da companhia tinham conhecimento dos fatos. O delegado afirmou a jornalistas, nesta segunda-feira, que provas e emails coletados indicam que as fraudes foram cometidas entre 2012 e 2015, com intervenção de gerente da BRF no cadastramento de laboratório que fraudaria as análises da qualidade dos alimentos para a empresa.

"O controle de qualidade da empresa, bem como executivos ligados à empresa em todas as áreas hierárquicas, do seu presidente até o gerente de controle de qualidade, tinham conhecimento dos fatos que aconteciam", afirmou o delegado.

Além de trocas de resultados de análises, o coordenador-geral de inspeção de produtos de origem animal do Ministério de Agricultura, Alexandre Campos da Silva, acrescentou que houve omissão da presença da bactéria salmonella em produtos da companhia e que as fraudes cometidas colocam em risco a exportação de carnes do Brasil.

Na ação desta segunda-feira, chamada Operação Trapaça, agentes da PF cumprem um total de 91 mandados judiciais nos Estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo.

"Todos (os mandados) foram de pessoas em caráter de testemunha nos autos da investigação, não desrespeitando a decisão do Supremo (Tribunal Federal) de não desrespeitar o suspeito. Mas temos que considerar o poderio econômico da empresa que é muito grande", afirmou Grillo.

Representantes da BRF não comentaram o assunto.

"A investigação policial deve repercutir negativamente, tanto no mercado local, quanto no mercado externo. O grande risco para a BRF é a volta (e aumento) das restrições sobre seus produtos no Brasil e exterior", afirmaram analistas da Guide Investimentos em relatório.

MUDANÇAS NA GESTÃO

A BRF havia marcado uma reunião extraordinária de seu conselho de administração para esta segunda-feira para convocação de assembleia de acionistas para troca de todo o colegiado da companhia. Os fundos de pensão Previ, do Banco do Brasil (SA:BBAS3), e Petros, da Petrobras (SA:PETR4), entre os principais investidores da BRF defendem a troca dos executivos do conselho, incluindo Diniz.

No ano passado, ao anunciar no final de agosto decisão de troca da presidência-executiva da BRF, Diniz afirmou que não havia nenhuma chance do substituto de Faria vir de dentro da própria companhia, sem dar muitos detalhes o motivo desta preferência. Na ocasião, Diniz afirmou a analistas da BRF que o momento do anúncio da saída de Faria, em um momento em que a empresa vinha apresentando resultados abaixo do esperado, era adequado e que "não houve pressão de ninguém" para a troca do comando.

Na semana passada, Diniz afirmou aos analistas da BRF que a empresa precisava "recuperar a credibilidade para a administração da companhia". A empresa teve em 2017 prejuízo líquido de 1,1 bilhão de reais e passou a ser presidida por José Aurélio Drummond Jr. no final do ano passado.

Segundo a Polícia Federal, as investigações demonstraram que a prática das fraudes contava com a anuência de executivos do grupo empresarial, e também foram constatadas manobras extrajudiciais operadas por executivos do grupo com o fim de acobertar a prática dos atos ilícitos ao longo das investigações.

© Reuters. Logo da processadora de carnes BRF em São Paulo,  Brasil

"As fraudes operadas tinham como finalidade burlar o Serviço de Inspeção Federal (SIF/MAPA) e, com isso, não permitir que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fiscalizasse com eficácia a qualidade do processo industrial da empresa investigada", afirmou a PF.

(Com reportagem adicional de Flavia Bohone em São Paulo; Ricardo Brito em Brasília)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.