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Planalto admite 2º turno para presidência da Câmara e trabalha para evitar racha

Publicado 11.07.2016, 21:10
© Reuters. Parlamentares durante votação na Câmara dos Deputados

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O Palácio do Planalto já admite que não terá como escapar de um segundo turno na eleição para a presidência da Câmara e trabalha para evitar que a disputa provoque um racha ainda maior na base governista, disseram à Reuters fontes governistas.

No último domingo, o presidente interino, Michel Temer, reuniu-se com o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), e com o presidente do partido, Aécio Neves (MG), para deixar claro que não vê problemas no apoio do PSDB a Rodrigo Maia (RJ), nome apresentado pelo DEM.

Temer também conversou com o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), para deixar claro que o Planalto não tem problemas com o nome de Rodrigo Maia, apesar de o governo ter tentado evitar o lançamento da candidatura, temendo o racha na base.

Um auxiliar direto de Temer confirma que o presidente interino tem conversado com todos os lados, mas mantém que a ordem é não deixar nenhum ministro se meter na disputa na Câmara. A eleição para a presidência da Casa está marcada para quarta-feira.

"A disputa é do lado de lá. Por mim nem teria eleição, mas esse é um problema que o Legislativo vai ter de resolver", disse uma das fontes.

Parlamentares ouvidos pela Reuters confirmam que não há possibilidade de a eleição na Câmara ser resolvida em primeiro turno e, neste momento, os dois nomes mais fortes são de Maia e Rogério Rosso (PSD-DF), apoiado pelo chamado centrão, que inclui 12 partidos (PP, PR, PSD, PTB, Pros, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL).

No entanto, outros sete já registraram suas candidaturas, e o cálculo dos líderes partidários é que pelo menos 15 já se declararam candidatos.

“Daqui a quarta-feira deve afunilar, por decisão interna dos partidos. Mas segundo turno vai ter. Não tem como construir um entendimento para uma única candidatura. Seria bom, mas não vai acontecer”, avaliou o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE). “Não tem como o governo fazer ingerência e é impossível a base chegar em um nome só.”

Pelo menos quatro candidatos –além de Rosso e Maia, Fernando Giacobo (PR-PR) e Beto Mansur (PSB-SP)– já declararam que não retiram seus nomes. O PMDB tem, hoje, cinco pré-candidatos, apesar do governo trabalhar para que nenhuma se confirme.

© Reuters. Parlamentares durante votação na Câmara dos Deputados

A conta dos líderes no Congresso é que Rosso e Maia seriam os nomes mais prováveis em um segundo turno. Segundo Paulinho da Força, líder do Solidariedade (SP), Rosso teria, no primeiro turno, cerca de 170 votos e Maia, entre 90 e 100. Giacobo, também do centrão, seria a terceira força, com cerca de 80.

“São muitas candidaturas, mas não vamos forçar para ninguém sair para não rachar”, disse o líder do PTB, Jovair Arantes.

O temor do Planalto é que a disputa acirrada que se aproxima –a troca de farpas entre os partidários de Rosso e de Maia já começou– acabe por desestabilizar a base. Jovair, no entanto, acredita que isso não acontecerá. “Passa a disputa volta tudo ao normal”, garantiu.

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