(Reuters) - O Palácio do Planalto classificou nesta quarta-feira de "ficção policial" a investigação da Polícia Federal sobre suposto pagamento de benefícios ao presidente Michel Temer em contrapartida pela edição de um decreto do ano passado que mudou regras portuárias.
"A investigação da Polícia Federal sobre o suposto benefício do presidente Michel Temer ao grupo empresarial Rodrimar entrou no terreno da ficção policial. Isso porque, na verdade, o decreto dos portos não trouxe nada em favor da empresa", disse a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência em nota oficial.
Temer é investigado no âmbito do chamado inquérito dos portos, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição de decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários, que teria beneficiado a empresa Rodrimar, segundo as investigações.
Dentro dessa investigação, a PF pediu acesso aos autos de um antigo inquérito que apurou supostas irregularidades cometidas no Porto de Santos que tinha Temer como alvo, e que está arquivado. Segundo reportagem do portal de notícias G1 desta quarta, a PF informou ao STF que vê indícios de pagamento ilegal de 340 mil reais mensais a Temer no fim da década de 1990 por parte de empresas da área portuária, com bases em informações presentes nesse inquérito arquivado.
De acordo com o Planalto, a PF tenta reabrir investigação já arquivada duas vezes pela Justiça por falta de provas, mesmo "sem fatos novos ou provas" apresentadas. "Usa agora planilha encontrada nesses arquivos. E com base neste documento produz um fantasioso cenário de reconstrução arqueológica, mas está alimentando apenas uma imensa farsa", disse o Planalto.