Por Tom Westbrook
SYDNEY (Reuters) - O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, proibiu nesta quinta-feira sexo entre ministros e funcionários, e se voltou contra seu vice pelo "erro chocante de avaliação" de ter tido um caso com uma secretária de imprensa.
O vice-premiê Barnaby Joyce, católico que fez campanha em prol dos "valores familiares" e foi casado durante 24 anos, está esperando um filho com sua ex-funcionária para abril.
Turnbull denunciou o caso em uma coletiva de imprensa em Canberra após uma semana na qual o escândalo provocou caos em seu governo e tensionou a aliança entre seu Partido Liberal e o Partido Nacional, de Joyce.
Ele não chegou a destituir Joyce, já que sua maioria de apenas um assento no Parlamento ficaria ameaçada se o vice fosse expulso.
Mas Turnbull disse que o escândalo deu ensejo a mudanças já tardias nas regras de conduta ministeriais, e anunciou novos padrões bastante semelhantes a uma proibição a relacionamentos entre parlamentares e funcionários adotada pelo Congresso dos Estados Unidos na semana passada.
"Em 2018, não é aceitável um ministro ter um relacionamento sexual com alguém que trabalha para ele. É uma prática muito ruim no ambiente de trabalho. E todos sabem que nada de bom sai disso", afirmou.
"Ministros, independentemente de serem casados ou solteiros, não devem se envolver em relacionamentos sexuais com funcionários. Fazê-lo constituirá um rompimento das normas".
O premiê disse que as mudanças entram em vigor "a partir de hoje", e que Joyce "terá que refletir sobre sua própria posição" como líder do Partido Nacional.