Por Matthias Blamont e Simon Carraud
PARIS (Reuters) - A candidata à presidência da França de extrema direita, Marine Le Pen, escolheu neste sábado o candidato derrotado no primeiro turno das eleições Nicolas Dupont-Aignan como seu primeiro-ministro, em uma tentativa de atrair eleitores e ajudá-la a vencer a disputa contra o favorito nas pesquisas, o centrista Emmanuel Macron.
Dupont-Aignan é um nacionalista cujas políticas de protecionismo econômico são próximas às do partido de Le Pen, a Frente Nacional, e que, como ela, quer reduzir os poderes das instituições da União Europeia.
Ele obteve 4,7 por cento dos votos no primeiro turno em 23 de abril, e anunciou na sexta-feira, como já esperado, que apoiaria Le Pen no decisivo segundo turno em 7 de maio.
A aliança pode ajudar a atrair outros eleitores do centro, mas ela corre o risco de alienar algum apoio da extrema esquerda de que ela precisa para ganhar as eleições mais importantes da França em décadas.
"Formaremos um governo de unidade nacional que junta pessoas escolhidas por sua competência e por seu amor à França", disse Le Pen em coletiva de imprensa em Paris, sentada ao lado do escolhido para premiê.
A eliminação no primeiro turno de dois outros principais candidatos à presidência, Jean-Luc Melenchon, de extrema esquerda, e o conservador François Fillon, foi recebida com alívio por investidores e parceiros europeus da França, país fundador do bloco, e membro chave da aliança de defesa Otan, e quinta maior economia do mundo.
Le Pen pareceu por meses ter certeza de um lugar no segundo turno, ainda que a corrida tenha sido bastante disputada e as pesquisas mostrarem Macron com uma maior chance de derrotá-la que Fillon no próximo domingo.
Macron e Le Pen entre eles somaram apenas 45 por cento dos votos do primeiro turno, e a batalha agora é pelos percentuais restantes.
Pesquisas mostram Macron vencendo no próximo domingo com cerca de 59 a 60 por cento, mas o momento é de Le Pen, que recuperou cerca de 5 pontos percentuais em relação à semana passada.
((Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719))
REUTERS RBS
(Raquel Stenzel)