Por Richard Cowan e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, não buscará a reeleição e deixará seu cargo no início de 2019, abalando ainda mais um Partido Republicano já afetado pela Presidência tumultuada de Donald Trump em um ano que terá eleições parlamentares cruciais em novembro.
Ryan, que vem tendo um relacionamento muitas vezes tenso com Trump, fez o anúncio nesta quarta-feira, retratando-o como uma decisão de passar mais tempo com a família. Sua ação desencadeia uma sucessão pelo comando da Casa que criará uma distração no momento em que os republicanos tentam conter os esforços democratas para assumir o controle do Congresso nas eleições de meio de mandato presidencial.
"Você percebe algo quando aceita este emprego", disse Ryan, candidato vice-presidencial fracassado do partido em 2012 que concordou em comandar a Câmara com relutância em 2015, em uma coletiva de imprensa.
"É um emprego exigente em que muito depende de você, e você o sente. Mas você também sabe que é um emprego que não dura para sempre."
Indagado quanto Trump e sua conduta influenciaram sua decisão de não tentar a reeleição representando um distrito do sudeste do Wisconsin, Ryan respondeu aos repórteres "nem um pouco".
Seu anúncio assinalou o contratempo mais recente em Washington no segundo ano do governo Trump, na esteira de demissões e renúncias de uma série de autoridades de alto escalão da Casa Branca e de secretários.
Ryan, de 48 anos, citou como sua grande conquista a reforma tributária republicana aprovada pelo Congresso e sancionada por Trump em dezembro. Embora ele tenha cultivado a reputação de conservador na arena fiscal, prevê-se que a reforma dilatará o déficit federal nos próximos anos.