BRASÍLIA (Reuters) - No dia em que o publicitário João Santana, que trabalhou nas duas campanhas da presidente Dilma Rousseff e na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve sua prisão decretada na operação Lava Jato, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que seu partido “não tem marqueteiro”, mas contrata pessoas para trabalhos específicos.
Segundo Falcão, a investigação sobre o publicitário “não diz nada com relação ao PT”.
Ao apresentar o programa do partido que será veiculado na terça-feira, e não foi feito pela equipe de João Santana, mas pelo publicitário Edson Barbosa, Falcão foi questionado se as investigações sobre marqueteiro não prejudicavam o partido.
“Isso não diz nada com relação ao PT”, afirmou.
Falcão afirmou ainda que não tem mais informações sobre as acusações contra Santana. “Ele vai prestar depoimento e vai explicar. As nossas declarações foram apresentadas na Justiça eleitoral e todas nossas doações são feitas legalmente através de transações bancárias", disse.
"A Justiça Eleitoral recebeu todas as doações e são muito semelhantes em valor e doadores às do PSDB”, defendeu.
A prisão de Santana foi decretada na manhã desta segunda-feira. O marqueteiro é acusado de receber recursos em contas não declaradas no exterior, em especial da empreiteira Odebrecht.
Santana não foi preso porque está na República Dominicana, onde faz a campanha à reeleição do presidente Danilo Medina.
Em nota, a assessoria de imprensa de Santana informou que o advogado do publicitário informará mais tarde nesta segunda-feira a posição do marqueteiro sobre a operação da PF e sobre o retorno ao Brasil com objetivo de se apresentar às autoridades brasileiras.
(Por Lisandra Paraguassu)