SÃO PAULO (Reuters) - O Diretório Nacional do PT decidiu nesta sexta-feira que os candidatos do partido nas eleições municipais de outubro terão de fazer a defesa pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, denunciado nesta semana pela força-tarefa da Lava Jato, e anunciou a convocação de atos favoráveis ao ex-presidente.
Em entrevista coletiva após o encerramento do encontro do Diretório Nacional da legenda, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que a denúncia contra Lula foi um "golpe continuado" após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“O golpe continuado tem objetivo de interditar o Lula, e, se for o caso, proscrever o PT e a esquerda. Isto já foi consolidado com o que eles consideravam o elo mais frágil, a presidenta Dilma”, disse.
O diretório do PT decidiu orientar os candidatos a prefeito em capitais e cidades que têm segundo turno a lerem uma nota padrão de apoio a Lula. Os candidatos petistas também podem fazer uma manifestação pessoal de solidariedade ao ex-presidente.
O comando petista também decidiu que será feita uma renovação na direção do partido durante o 6º Congresso da sigla, marcado para dezembro deste ano. Segundo nota no site do PT, o mandato da atual direção termina em novembro de 2017, mas a antecipação da escolha do novo comando partidário visa preparar o novo comando petista para as eleições de 2018.
“Não pode fazer esquenta. A direção tem que entrar senhora da situação”, disse Falcão.
Lula foi denunciado nesta semana por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela força-tarefa da Lava Jato no caso envolvendo o triplex no Guarujá (SP), que os procuradores dizem pertencer ao ex-presidente, e do armazenamento de bens de Lula que teria sido pago pela OAS. O ex-presidente nega as acusações e diz ser alvo de perseguição política.
(Por Eduardo Simões)