Por Katya Golubkova e Dmitry Solovyov
MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu o líder da Síria, Bashar al-Assad, para conversar sobre a necessidade de se passar das operações militares para uma solução política para o conflito sírio, informou o Kremlin nesta terça-feira.
A Rússia está empenhada em criar um consenso internacional para um acordo de paz para a Síria mais de dois anos depois de Moscou iniciar uma intervenção militar que virou o conflito a favor de Assad.
Putin também se reunirá com os líderes do Irã e da Turquia, duas outras potências envolvidas com o conflito sírio, na quarta-feira. Ele disse que, após o encontro com Assad, conversará por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com líderes do Oriente Médio.
"Ainda temos um caminho longo a percorrer antes de obtermos uma vitória completa sobre os terroristas. Mas no que diz respeito ao nosso trabalho conjunto no combate ao terrorismo no território da Síria, esta operação militar de fato está se encerrando", disse Putin a Assad em comentários exibidos pela televisão russa.
"Agora o mais importante, claro, é passar para as questões políticas, e noto com satisfação sua prontidão para trabalhar com todos aqueles que querem a paz e uma solução (para o conflito)", afirmou Putin.
O foco declarado dos esforços de pacificação da Rússia é um Congresso de Povos Sírios, iniciativa que incluiria todos os grupos étnicos do país e os lados em guerra.
Tentativas anteriores de mediar um acordo de paz fracassaram porque as potências envolvidas no conflito têm abordagens diferentes. Irã, Rússia e a milícia libanesa Hezbollah vêm apoiando Assad, enquanto EUA, Turquia e países do Golfo Pérsico endossam os opositores do líder sírio.
Algumas pessoas a par do pensamento do Kremlin dizem que, para obter um acordo de paz, a Rússia não insistirá em manter Assad no poder – contanto que as instituições do Estado sírio permaneçam intactas.